quinta-feira, 29 de março de 2012

Quando o universo conspira contra você.

Lei de Murphy. Todo mundo sabe que ela existe e como ela se aplica à maioria das pessoas. Muitas vezes a Lei de Murphy atinge as pessoas de uma forma muito violenta. Outras vezes ataca de uma forma suave, que você percebe, mas ignora depois, encara como "um simples inconveniente num dia de azar".... Mas acho que pior que a Lei de Murphy para um desafortunado, é um universo inteirinho jogando 437965965873568 tipos de pragas contra você.

Acho que eu, desafortunada como sou, estou sendo acometida por isso. Nada, absolutamente NADA nesses últimos meses está dando certo pra mim. E quanto mais merda acontece, mais pessimista eu fico. Pessoas normais usam o infortúnio como impulso para conseguirem realizar seus objetivos, encontram nas coisas ruins inúmeras vantagens, o ditado "há males que vem para o bem" regem a vida delas.

Olha, se alguém puder me dar a receita completa de como se faz isso, aceito com muito gosto.

Como (acho que) sabem, estou desde o começo desse ano procurando emprego, já que por alguma arte do destino fui prontamente dispensada, sem esperanças de ser efetivada. Já mandei a quantidade de currículos suficiente para dar forma a um livro, e nunca obtive resposta. Quer dizer, nunca não, duas vezes apenas. Fui chamada para duas entrevistas. Ambas me disseram que dentro de uma semana me dariam uma resposta. Isso no começo de março. Já estamos quase em abril. E nada. Nenhum recadinho. Minha mãe como sempre acha que sou preguiçosa, que uso meu estado emocional como desculpa para ficar em casa. Isso me irrita profundamente, me sinto pior do que nunca e fico sem motivação para absolutamente nada.

Em relação ao ProUni e ao SiSu... Nada. Sequer alcancei a nota de corte. Imaginem como me senti na hora, e como ainda me sinto. Depois disso minha opinião sobre minha própria inteligência está altamente duvidosa. Em outras palavras, me sinto mais burra do que antes. Perdi dois anos da minha vida sem estudar. E nesse ritmo, irei pro terceiro ano sem estudar rapidinho. Eu sei, é vergonhoso pra mim publicar isso num blog, é altamente desmotivador, mas é que não aguento mais guardar o fracasso dentro de mim.

Meus amigos estão me abandonando. Muitos já me abandonaram. Estão namorando, concluindo seus últimos anos de faculdade, viajando, ganhando dinheiro, alcançando o sucesso. Uma das minhas melhores amigas está nesse caminho. A outra está quase trocando minha amizade por caras que ela conheceu há menos de dois meses. Logo logo me verei abandonada de vez. Eu não queria isso, mas parece que é assim que tudo vai acabar.

De uns tempos pra cá minha suposta depressão está piorando. Cada vez mais estou pessimista, triste, angustiada, irritada, desmotivada, descuidada, feia e exausta. Exausta de tanto carregar esse fardo tão frustrante que é o meu fracasso.

Mas mesmo com tudo isso, eu tenho uma pontinha bem pequena de que um dia alguma coisa vai melhorar em mim. Que um dia alguém vai olhar pra mim e estar ao meu lado sempre. Que um dia as pessoas ao meu redor vão parar de apontar o dedo e me criticar, me julgar, me jogar ainda mais pra baixo, me empurrar com mais força em direção ao abismo. Que um dia eu acorde com pensamentos positivos, com a certeza de que tudo vai dar certo. Quem sabe um dia...

Isso se o universo não resolver aprontar comigo de novo.

domingo, 25 de março de 2012

Fail social.

Sexta feira passada eu cheguei à essa conclusão.

Todo mundo faz novos amigos, aumenta seu (já enorme) círculo de amizade, e arranjam até um novo amor. Mas acho que não tenho capacidade para isso. Bem, nem olho nos olhos das pessoas direito, quanto mais tecer alguma interação.

E como sempre, eu tenho uma historinha bem chata pra contar.

Minha melhor amiga Ju é muito bonita e muito legal. Nem parece que ela tem 3745693686485623 tipos de alergia, sociofóbica desde pequena, hipocondríaca, com uma bronquite que a ataca de mês em mês, problemas cardíacos e gastrites que vão e voltam cada vez que saio com ela. E mesmo com todos essas enfermidades e depressão, ela tem mais mil seguidores no Twitter, o Facebook dela recebe mais de 50 pedidos de amizade por dia e ela tem uma roda enorme de amigos. A maioria homens. Todo mundo gosta dela exatamente do jeito problemático que ela é. Inclusive eu. Mas tem coisas que me incomodam um pouco. Um exemplo: os amigos dela.

Os amigos dela são aquele tipo de gente que preferem ver o mundo girar em torno dela (e deles mesmo) do que aceitar outras pessoas. Em outras palavras, os amigos dela não gostam de mim. Talvez por eu não ser bonita e diferente como ela. Porque sabem como é, nesse mundo tão hipster, quanto mais "doente" a pessoa for, mais legal ela é. Parece que isso funciona com ela. Enfim... Aconteceu que eu estava num bar com uns amigos dela que ela conhece desde o colégio. Eu já os conhecia. Eu já tinha saído com eles uma vez, e me senti uma estranha no ninho. Eu achei que na segunda vez que nos veríamos seria um pouco melhor... Que engano.

O tempo todo eu fiquei com cara de bunda, olhando pra Domingos de Morais procurando desvencilhar dos olhares desconfiados dos amigos dela sobre mim. Enquanto ela estava alegremente conversando de mãos dadas com o outro amigo dela (gatinho até, faz faculdade, tem carro e que tem uma namorada já há anos...).

- E você, o que anda fazendo da vida hein? - Um dos amigos dela perguntou pra mim.

- Nada. Estou à procura de emprego há meses e não obtenho nenhuma resposta...

E ele, muito legal, me disse, tomando um gole de cerveja em seguida:

- Você é uma desgraçada hein...

"Desgraçada". O amigo dela me chamou de "desgraçada". Claro, no primeiro momento respondi apenas com um "devo ser mesmo...", baixinho, afinal fiquei sem graça. Saquei um cigarro e fumei, bufando de raiva por dentro. Afinal, eu levo as coisas à sério.

O tempo todo eu ouvi aqueles caras falando sobre faculdade, gostosas da faculdade, putaria machista e outras coisas que me entediaram. Ninguém sequer quis algum tipo de interação comigo. Minha cara de tacho cresceu. Ju rindo e conversando com o cara descontraídamente do meu lado.

- Bicha, tá tudo bem? Tá tão quietinha... - Ela me disse enquanto eu procurava algum atalho ágil naquela Domingos de Morais, porque minha única vontade era de cair fora daquele bar.

Mas como eu sou muito boa em fingir que está tudo maravilhosamente bem quando não está...

- Sim, tô bem. É que tô refletindo aqui...

Depois, eles pagaram a conta e saímos de lá em direção ao carro do moço compromissado. Ficaram conversando durante algum tempo... Enquanto eu estava com a minha típica poker face, me sentindo extremamente excluída, fora daquela interação toda. Quando ia me virar pra Ju e pedir para que fôssemos embora (porque já não estava mais aguentando ficar por lá, sendo ignorada até por ela), vi algo pitoresco, mas muito comum hoje em dia: ela estava aos beijos com o amigo compromissado dela. Virei a cara novamente pra Domingos de Morais, olhando os carros passarem, enquanto os dois estavam quase se comendo atrás de mim. Meio que fiquei de vela. Eu e um outro amigo dela (que provavelmente não vai com a minha cara, pois durante a noite naquele bar ele sequer dirigiu a palavra à mim). Imaginem minha cara. Agora além de querer ir embora o mais rápido possível de lá, eu queria achar um buraco pra enfiar a minha cara. De alguma forma eu fiquei constrangida.

Olha, eu não gosto disso. Claro, quero que minha amiga seja feliz, que ela pegue quem ela quiser e etc, mas não perto de mim. É que a pior coisa do mundo é gente se pegando perto de mim. E ela sabe disso. Ela sabe que tenho aversão à esse tipo de coisa, que eu fico extremamente constrangida. Foi como uma espécie de desrespeito. Coisa minha, sempre fui assim, me poupem.

E se o cara tá namorando e deseja tanto outra, por quê não termina com a vadia lá e fica logo com a outra de uma vez?! E é engraçado, porque ela sempre repudiou esse negócio de ser "a outra", mas está fazendo o mesmo. Bom, nem sei se ela vai continuar com isso. Enfim... O assunto aqui não é a beiçada nervosa que minha melhor amiga deu num amigo compromissado, e sim a minha falha em conseguir novos amigos.

Quando cheguei em casa, me senti extremamente mal. Coloquei na minha cabeça que as pessoas (principalmente amigos de amiga minha) não gostam de mim. Acho que não sou legal o suficiente pra isso. Muito menos bonita. Me dá a impressão que as pessoas só fazem amizade com as outras reparando na aparência física delas.

Farei um teste (que obviamente saberei a resposta): há duas garotas. A primeira é baixinha, tem cabelos pretos lisos, nariz empinadinho adornado com um piercing, um sorriso infantil com dentes perfeitamente alinhados e que se veste muito bem. Ela tem vários problemas físicos e psicológicos. A segunda é igualmente baixinha, tem cabelos castanhos alisados na chapinha, nariz grandinho, um sorriso estranho com dentes tortos e que não se veste tão bem assim. Não tem nenhum problema físico, mas possui um psicológico frágil por conta da baixa auto-estima. Adivinha quem vocês obviamente preferem...

Pior que todo mundo ofuscando o pouco brilho que você tem, é a sua amiga fazendo isso. E não, não é inveja. É como as coisas são.

terça-feira, 20 de março de 2012

Platonicus.

Platônico: adj. 1. Relativo ou pertencente a Platão (q. v), ou próprio deste. 2. Alheio a interesses ou gozos materiais; ideal, casto.

O amor platônico passou a ser entendido como um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve. Reveste-se de fantasias e de idealização. O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem máculas. Parece que o amor platônico distancia-se da realidade e, como foge do real, mistura-se com o mundo do sonho e da fantasia.”

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Está completamente fora da minha realidade continuar te amando.

Mas sei lá... Eu me divirto. Me divirto com a possibilidade de que podíamos formar um casalzinho bem da hora sabe? Daqueles casaizinhos que iluminam as capas das revistas de fofocas, lindos, ricos e apaixonados. Infelizmente, sou daquelas que ainda espera pelo príncipe encantado que nunca aparecerá. Mas que sabe que ele existe. E tenho ciência absoluta que você existe, lógico. Longe de mim, muito longe de mim. Mas você existe. É um progresso. Sei lá.

Talvez você esteja pelas ruas, perambulando por aí, a procura de algo bom pra preencher o ócio (ah, esqueci! Você nem sabe mais o que é o ócio). Talvez você esteja deitado na sua cama, olhando pro teto, com uma preguicinha dos infernos. Talvez você esteja cultuando seu péssimo hábito de fumar, fazendo bolinhas de fumaça, vendo seus problemas se dissiparem junto com elas. Talvez você esteja bebendo, junto com os amigos, pra descontrair ou pra esquecer seus problemas. Talvez você esteja vendo uma revista masculina, uma Playboy ou outra qualquer. Você é um homem, e homens tem suas necessidades afinal, se é que você me entende. Talvez você esteja imaginando coisas aleatórias, coisas fofas, como uma garota inflando as bochechas e fazendo biquinho, ou coisas quentes, como essa mesma garota, só que nua e com uma cereja na boca, fazendo uma cara sexy que te faça derreter todo e querer transar com ela a noite inteira. Talvez você queira ir pra casa da sua mãe, devorar com gosto a comida dela, ou rever uma irmã sua. Talvez você queira se entupir de Kit Kat, seu chocolate preferido. Talvez você queira transar com alguma mulher especial ou com alguma prostituta. Talvez... Alguma coisa boa você deve estar fazendo nesse exato momento.

Acho divertido imaginar o que se passa pela sua cabeça. O que você deve estar pensando nesse momento? Em alguém especial? Naquele restaurante incrível que você tem muita vontade de ir? Coisas aleatórias, coisas que te fazem sorrir... Ou coisas que te enfurecem... Fico tentando entender seus gestos tão masculinos. Me apaixonam de uma forma diferente. Difícil de explicar. A forma como você olha as pessoas é meio inquisidora, mas deliciosamente erótico. Seus olhos conseguem me seduzir, me hipnotizar, me abobalhar. Simplesmente adoro quando sua masculinidade borbulha pelos seus poros no momento em que você simplesmente mostra seu dedo do meio em alguma câmera alheia por aí, ou quando você entona palavrões que nem eu mesma tenho o costume de falar. De alguma forma essas suas atitudes me encantam, acredite. Garotas acham isso horrível, machista, insensível... Eu acho legal. Isso realmente me atrai. Garotas querem príncipes encantados que nunca vão aparecer montados num cavalo branco. Como você, meu principe. Quer dizer, é mais cavaleiro da Guerra Santa do que o príncipe da Cinderela. Mas gosto assim. Historinha de principezinhos já deu. Sou mais os maus. Valentes. Viris. Anti-heróis. Você é malvadinho, e eu adoro isso. Acho que sou meio masoquista.

Deve ser por causa desse meu jeito meio masoquista que simplesmente gostaria de ser dominada por você. De todas as maneiras possíveis.

É engraçado quando eu tenho algum sonho com você. Sonhei apenas duas únicas vezes com você. Na primeira, nós dois estávamos dançando uma valsa lenta e gentil. Sentindo o perfume um do outro, um universo particular só nosso bem ali, no meio de outras pessoas dançando em volta, alheias ao nosso mundinho que secretamente haviamos criado apenas com as nossas respirações se mesclando com o doce e o amadeirado de ambos os nossos perfumes. E assim que aquela lenta dança havia se encerrado, você me pegou pela mão e me levou para um cantinho daquele salão grandioso. Você me guiou até um sofá vermelho, daqueles antigos, de dar inveja e brilhar os olhos de tão bonito que era. Nos sentamos. No momento que eu me sentei, achei que todo aquele clima talvez esfriaria um pouco, porque não estávamos mais perto como antes. Mas me enganei completamente e engoli essa nota mental quanto te senti me puxando para mais perto de você. E quando dei por mim, já estava com a minha cabeça repousada em seu peito, que subiu e desceu quando um suave suspiro deixou seus lábios carnudos. Pude sentir suas mãos, tão masculinas e delicadas brincarem gentilmente com os meus cabelos, me fazendo fechar os olhos e afundar numa sonolência gostosa em que você me embalava apenas com seus dedos longos mexendo em minhas melenas. Infelizmente acordei. Por que não poderíamos voltar para o mesmo sonho?!

Na segunda vez foi mais ousado. Nós fomos mais ousados. Inacrditavelmente, eu estava fazendo um strip-tease bem na sua frente. Você estava deitado numa cama larga e macia, de lencóis feitos com a mais pura seda e o mais delicado algodão. Olhávamos nos olhos como se procurássemos alguma resposta dentro deles. Havia sinceridade ali, e algo mais, eu sei. Eu tirava cada peça de roupa notando seu olhar faminto sobre cada parte minha despida. E eu adorava, ah como eu adorava! Lembro-me que teve uma hora que me sentei em seu colo e beijei sua boca, libertando meus desejos mais secretos naquele erótico e libidinoso ato. Ah... Como eu queria que isso continuasse, fosse mais além... Mas creio eu que os raios de sol da manhã foram mais fortes e me acordaram. Saco.

Me chamem de louca. De iludida. Do que quiserem.

Mas gosto desse ilusionismo. Platonismo é meio difícil de entender mesmo. Por quê quanto mais a pessoa está longe de nossas mãos, mais gostamos dela e queremos alcançá-la de qualquer jeito? Acho que somos malucos nesse sentido. Eu sou maluca, acho. Você está me deixando maluca!

Se um dia nos conhecermos pessoalmente, o que pode acontecer? As possibilidades são muitas: talvez eu queira tirar uma foto com você, te dar um beijo no rosto, te pedir um autógrafo ou então desmaiaria na sua frente pra testar seu cavalheirismo (sentir seus braços me socorrendo em seu colo, oh Deus!). Algo pode acontecer. Ou não. Simplesmente você pode me ignorar.

Enquanto nenhuma dessas coisas acontece, eu permaneço aqui, nesse mundo real tão triste, que me faz acreditar que você não sabe da minha existência. E ainda assim, acho uma diversão. Se isso dói em mim? Um pouco sim, não vou negar. Mas quer saber? Nem ligo muito. As ilusões me ensinaram a ser forte.

É. Acho que sou meio masoquista.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Sobre a arte de levar tudo a sério.

Eu, desde que me conheço por gente, levo tudo a sério. Desde brincadeirinhas bobas entre irmãos até piadinha idiota no Twitter (algumas...), mesmo não se referindo à mim. Não consigo achar uma explicação válida para esse problema, já que pode ser interpretada como apenas uma "irritação à toa". Mas eu honestamente não acho que seja só uma "irritação à toa". Deve ir muito além disso, eu não sei. Não fui à um psicólogo ainda porque o SUS não me ajuda.

É extremamente ruim você levar as brincadeiras a sério num mundo onde a palavra de ordem é "trollar". Todo mundo brinca. Menos você. Menos eu. Atrapalha, porque você quer ser mais legal, que rir mais, quer entrar mais nas brincadeiras dos amigos, mas só o que você consegue fazer é um proeminente bico e ficar sem falar com as pessoas durante um mês. E aí a sua fama de "crianção" toma proporções estratosféricas.

Eu não preciso dizer muita coisa sobre minha situação. Ou preciso? Ah, vou dizer, pra escrever mais e ver se me tranquilizo um pouco.

Eu tenho uma mente nebulosa de problemas. Faz sentido uma pessoa que sofreu bullying durante muitos e longos anos da sua vida e que não possui auto-estima nenhuma gostar de brincadeiras? Não faz parte de mim a expressão "levar na esportiva", apesar de me esforçar bastante para adotá-la. Mas nunca deu certo. Vou lá, dou uma risadinha mequetrefe, aquele sorriso amarelo, explodindo como um vulcão por dentro. Daí você se pergunta: então porquê não coloca pra fora a sua raiva e deixa bem claro à todo mundo que você não tá pra brincadeira? A resposta é simples meu caro amigo(a): porque minha garganta já está larga demais de tanto engolir sapos.

"Ignore tudo, milha filha". Era o que eu mais ouvia da minha mãe. Mas parece que quanto mais eu ignoro, mas irada eu fico. É estranho.

O que mais me deixa irritada é quando sou mal interpretada, principalmente no Twitter. Uma opiniãozinha minha que eu soltar no site, e já vem neguinho soltar poucas e "não tão boas" assim. Já fui inúmeras vezes ofendida, e é isso que me tira do sério. A infantilidade é tamanha que pra argumentar comigo o cara precisa me xingar. É maçante.

O mais frustrante nisso tudo é que eu não sei responder. Argumentar contra, bater de frente. A unica coisa que eu faço é ficar quieta, não soltar um palavrão sequer, "ignorar". Morrendo de raiva. Nos casos mais graves, sentindo uma vontade intensa de chorar. Porque esse tipo de coisa acontece, na maioria das vezes, quando não quero ofender ninguém (ora, eu não nasci pra isso!), quando falo só por falar, quando quero me expressar de uma forma que não ofenda os outros. Mas não adianta. Alguém sempre estará ali, esperando eu tuitar algo inocente pra fazer tempestade em copo d'água, apenas para afetar o meu sensível psicológico.

Pessoas como eu são alvos fáceis dos engraçadinhos. Sabem que eu levo tudo a sério, logo se aproveitam disso, jogam piadinha besta e zoações na minha cara até sentirem que estarei à beira de um ataque de nervos. Eles ganham o dia quando veem que eu "perdi a moral".

A "perda de moral" é automática. Você sente que perdeu a sua no momento que você rebate uma crítica (ou tenta...) de uma forma sutil, e o filho da puta já começa a vir com as gracinhas: "Enfie sua opinião no cu", ou então "Procure se informar antes de ~criticar~, não seja burra, pô!". Nesse caso, o que eu faço? Fico quieta. Porque se eu começar a xingar vai piorar tudo. Daí minha moral já perdida acaba desmoronando de vez. Tomo aquele "hadouken" maravilhoso.

Quantas vezes já não fui chamada de "criançona", de "infantil", de "bebezona", por causa disso? Acontece, meu caro amigo(a), que mais crianção, infantil e bebezão é aquele que acha que é legal se aproveitar da brecha psicológica do próximo. Digo tudo isso porque infelizmente senti (e ainda sinto) na pele como é ser "trollada" por todo mundo. Me dá até dor de cabeça só de lembrar. Ninguém pensa no que pode acontecer com você. Ninguém tá nem aí se você surtar e ir parar no hospital. Ninguém se importa se você interpreta a situação não como uma ofensa, mas sim como algo que vai MUITO ALÉM da ofensa. Pelo contrário. A galera gosta de ver o circo pegando fogo e você enfiado nele.

Agora me expliquem essa (ateus!): não gosto de gente séria. Gente mal humorada e arrogante me deixa nos nervos. Sou mais os mais "bem humorados". Os que brincam. Então por quê diabos eu sou assim?! Explico: gente "brincalhona" que eu gosto é aquele pessoal acolhedor e compreensivo. Que sabe que eu levo tudo a sério, por isso nem se atreve a fazer alguma brincadeira de mau gosto. Nenhuma brincadeirinha mais amorosa. Nenhuma. Se eu der uma risadinha, não se engane, é só pra disfarçar minha pontinha de raiva. Ora... Eu já sou um pé no saco. Já basta eu de chata, pra quê vou querer viver rodeada de mais chatos? Até considero que estar com gente legal pode ser totalmente terapêutico pra mim. É só não vir com brincadeirinhas toscas de mau gosto comigo. Ainda mais se eu não te conhecer direito.

Ah, os amigos. Eles sabem que você leva tudo a sério, mas insistem em fazer bullying contra você, "porque na verdade gostam demais de você e querem te ver sorrindo e etc". Não. Pára com essa merda. Não tá dando certo.

Haja saco. E haja garganta.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Por quê eu acordei?

Bom dia.

São 09:28 da manhã e não acordei bem.

Pra variar tive mais uma briga com a minha mãe. Por causa de um simples telefonema que não dei à ela. Passei uma noite fora de casa sem avisar ninguém. Claro que me arrependi depois, já que ela estava prestes a me matar. Quem nunca saiu de casa sem avisar aos pais? Minha mãe fez um escarcéu, quase pulou no meu pescoço, como se eu tivesse feito algo trágico muito além da compreensão dela. E é exatamente isso que me irrita.

Minha mãe é daquelas pessoas que guarda fácil as mágoas (escorpianos...), então se pisam no calo dela, já pode ir se preparando. Ela não vai conversar civilizadamente com você, ela vai querer te engolir, te arrebentar na porrada, te excluir da vida dela. Eu sinto que à qualquer momento ela pode fazer isso: simplesmente me esquecer. Ela deixa bem claro isso pra mim. E como vocês acham que eu me sinto?

Eu sou daquelas pessoas que se fodem sem fazer nada demais. Ou absolutamente nada. Minha mãe ontem fez uma tempestade em copo d'água por causa de uma porcaria de telefonema que eu não dei porque me celular estava sem bateria. "SEM BATERIA!", gritei com ela. Acho que mais uns gritos e a gente sairia na porrada. Eu claro apanharia muito, porque jamais levantaria a mão pra minha mãe (primeiro porque tenho vergonha na cara e segundo porque ela poderia quebrar minha mão...).

Ontem me senti um lixo. Desapontei mais uma vez a minha mãe. Não foi nada demais, mas foi o suficiente pra ela me dar um ultimato: ou eu ando na linha que ela traça ou ela me coloca na rua e esquece de mim como filha. Essas palavras me machucaram muito. Tenho muito medo que ela me esqueça pra sempre, que ela me abandone. Eu sei que ela é muito capaz de fazer isso. Ela já fez isso com um tio meu. Por causa de umas coisas ai que ele fez, ela chega a sentir um ódio profundo dele e nem menciona o nome dele sem vir com inúmeros palavrões antes. Imaginei ela fazendo isso comigo ontem e chorei em silêncio no banheiro, porque não queria que alguém batesse na porta e quisesse saber como eu estou pra depois sentir pena de mim. Cheguei a pegar uma tesoura com ponta e fazer cortes mal sucedidos na minha perna, porque a tesoura nem era tão afiada assim. Não tinha lâminas de barbear em casa. Se tivesse, provavelmente eu estaria com marcas doloridas na pele.

Eu não culpo ninguém pelo o que eu sou. O problema não são os meus pais, não são meus amigos, ninguém à minha volta. O problema sou eu mesmo. Eu deixo bem claro isso, antes que comecem a dizer que eu culpo o mundo inteiro por ser uma idiota.

Já falei que o começo desse ano está sendo terrível pra mim. Nem no ano passado inteiro eu chorei o tanto que estou chorando esse ano. Me sinto tão cansada de derramar lágrimas, é muito esforço pra tentar tirar os sentimentos de culpa junto com elas, mas parecem que insistem em me comer viva, possuir minha cabeça e meu coração com sentimentos ruins. A vontade de dar um ponto final na vida sempre é inevitável, mas seria uma solução definitiva pra um problema temporário, e sinto que ainda tenho alguma coisa pra fazer nesse mundo. Acordei muito mal mesmo. Como se hoje fosse mais um dia pra vida me massacrar de novo. Mais um dia pra cair e não conseguir se levantar mais.

Eu nem deveria ter acordado.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Bullying.

Começo este post com essa notícia que virou primeira página em vários jornais do país.

Infelizmente essa manchete me fez lembrar da minha adolescência. Só se sensibiliza realmente quem já sentiu na pele como é ser humilhado diante da escola inteira, sem você ter feito absolutamente nada.

Fui vítima do bullying dos 12 aos 15 anos. Confesso que foi o pior período da minha vida. Eu sofria várias humilhações nas escolas que eu estudava, tanto que uma vez fui obrigada até a mudar o meu horário, por não aguentar os colegas da sala do outro horário, que faziam questão de me humilhar na frente da classe e da escola inteira. Mudei de escola tambem algumas vezes. E sempre que mudava de escola eu morria de medo. Porque achava que todo mundo olharia pra mim e encontraria algum motivo pra me zoarem até o momento em que eu não suportasse mais.

Duas ocasiões me traumatizaram de verdade. A primeira foi na 6ª série. Eu usava aparelho, óculos esquisito e um cabelo absurdamente armado, por nunca ter sido muito vaidosa. Mas as garotas, colegas minhas, diziam que os meninos se sentiam "atraídos" por mim, por eu ter tido um "bundão". Na época eu era mais encorpadinha, coisa da puberdade, então as garotas me avisavam sempre que eu tinha que tomar cuidado com os garotos mais safados. Eu era muito ingênua na época, não via maldade nas pessoas, então era como se eu tivesse ignorado o que as garotas me falaram. Pois bem. Dois, ou melhor, três garotos mais safados (inclusive um tinha saído de uma espécie de medida socio-educativa da Febem na época), me abordavam toda hora no intervalo com segundas intenções. Não era porque gostavam de mim. Nenhum garoto gostava de mim. Um dia eu cansei e deixei bem claro que queria que eles me deixassem em paz. Não adiantou. Começaram a me empurrar pra parede mais próxima, me xingaram, me humilharam me chamando de "bebezona, criancinha, menininha de merda" e outras barbaridades. Como se não bastasse isso, um deles ainda me bateu depois que eu reagi à todo aquele absurdo. Uns dias depois, um deles ainda me enchia o saco, puxando meu cabelo e me xingando cada vez que me via... Até me jogaram no capô de um carro, me forçando a beijar um deles e quase arrancando a minha roupa. Cheguei em casa chorando muito.

A segunda vez foi mais dolorida. Foi na 7ª série. No primeiro dia de aula na nova escola eu já era chamada de vários apelidinhos escrotos. Eu tinha apenas uma amiga lá que me protegia. Um garoto lá (o valentão da escola, por sinal) costumava me chamar de "Bob Marley", justamente por causa do meu cabelo longo e armado, mais parecia uns dreads estranhos. E na sala, numa aulda de matemática, a última aula do dia, era para correção de deveres de casa. E eu levantei pra mostrar o meu caderno para a professora. Já ia sentando na minha cadeira quando umas colegas minhas gritaram "NÃO!" e eu parei por um momento. E quando vi, minha cadeira estava toda cuspida. Os garotos que me zuavam riram muito alto, a classe inteira riu de mim. A professora nada fez, apenas dizia para que todos parassem de rir. O sinal tocou, todos fomos embora e eu fui correndo pra casa. Acho que nunca chorei tanto na minha vida como chorei naquele dia. Essa vez talvez tenha sido a mais dolorida porque eu já estava traumatizada da outra vez na 6ª série. E dessa vez tudo de novo... Imaginem o quanto eu estava cansada de sofrer tudo aquilo.

Tiveram muitas outras vezes, mas essas duas foram as mais traumáticas. Quase ninguém me defendia. Apenas umas poucas amigas sentavam junto comigo e procuravam me defender e ficar ao meu lado. Meus pais já cansaram de entrar em contato com diretor de escola, de mandar Boletim de Ocorrência pro Conselho Tutelar... Mas nada adiantou. Continuei sofrer bullying até o final do Ensino Fundamental. Tanto é que no Ensino Médio eu matava muita aula pra ficar longe da escola, porque tinha muito medo de que toda aquela humilhação daquele tempo voltasse a me atormentar. Eu não era bonita (e continuo não sendo bonita), não era popular nem nada. Eu era o alvo fácil do bullying. Então eu vivia com esse medo na cabeça.

Eu acredito que tudo isso acabou influenciando na minha personalidade atual. Já se passaram anos, mas infelizmente ainda não consigo esquecer. Não sai da minha cabeça o fato de que todos me chamavam de "feia". Apontaram demais na minha cara. Por isso minha auto-estima até hoje se mantém destruída.

Pode parecer exagero tudo o que eu disse, mas aconteceu mesmo. Talvez você, que está lendo esse meu post nunca tenha sofrido bullying na vida, nunca tenha sido apontado na escola e sido apelidado dos piores adjetivos que se pode ouvir. Acredite, eu não desejo isso nem pro meu pior inimigo. E não quero que ninguém sinta pena de mim. Não escrevi esse post para que as pessoas sintam pena de mim. Não quero imaginar que você tenha dito "nossa, coitada!" enquanto lia esse post. Pior que o bullying, só o sentimento de "pena".

E fica a pergunta: qual a graça disso tudo?

Stop bullying.