A vida. Ela gosta de me sacanear.
Junho está sendo uma merda. Uma merda muito grande. Acho que meus problemas, que pensei terem ficado no passado, voltaram com tudo. Com tudo mesmo, com direito até a cartinha do SCPC/Serasa.
A começar pelo meu desempenho na faculdade. Descobri que tenho que fazer vários exames para compensar umas notas ruins que consegui tirar. Só fui aprovada em duas matérias. DUAS. Isso comprova a minha total incompetência, amigos. E o pior é que preciso ler vários livros para as provas, e ninguém da faculdade que me adicionou no Facebook fez o favor de me dizer quais são (mesmo depois de, muito relutantemente, ter perguntado), porque parei de ir pra lá. Por duas razões: 1) O semestre praticamente acabou, e o conteúdo das matérias também. Fora que (acho que) os professores não estão fazendo chamada; e 2) Meu psicológico atual não permite. Me sinto tão cansada de tudo que não encontro ânimo para mais nada. Chego a pensar todos os dias que a faculdade foi a maior besteira que fiz nesse ano. Eu deveria ter esperado mais. Deveria ter cuidado de mim primeiro, para depois cuidar do meu futuro. Jornalismo é, sim, o que eu quero fazer, é o que eu quero pra minha vida, mas não agora. Acho que me precipitei demais. E ouvi demais o blá blá blá da minha mãe sobre voltar a estudar. Provavelmente eu nem estava preparada para isso. Achei que estava. Mas sinto que não estou. E aí vem a grande questão: tranco ou não a faculdade? Se eu trancar a faculdade vou me sentir cada vez mais frustrada comigo mesma e imagine a III Guerra Mundial que vai acontecer aqui em casa se eu inventar de fazer isso. Aí a única saída seria uma "solução final" em mim.
Essa situação reflete também no meu desempenho no trabalho. Minha supervisora (que está sendo ultimamente minha psicóloga particular) já vê de cara, a quilômetros de distância, que eu nunca estou bem. Aí ela me abraça, conversa comigo, tenta me confortar de alguma forma. Não reclamo muito do meu trabalho (trampo de segunda a sexta, sábados, domingos e feriados de folga, é uma bênção!), apenas acho o salário que eu ganho insuficiente para as coisas que eu quero fazer... Mas é que fico com a cabeça tão atulhada de preocupações que acho que meu desempenho por lá esteja muito duvidoso. Estou deixando de fazer algo que eu amo: ler. Porque fico tão, mas tão triste e preocupada com o rumo que a minha vida está tomando que perco a minha concentração quando quero ler. Eu descontava minhas decepções com a realidade lendo uma caralhada de livros. Agora nem isso consigo fazer direito. Desconto minhas decepções no cigarro. Eu não deveria, mas acho que não resta outra coisa pra se fazer. Chocolates e salgados não resolvem mais.
Aí, pra foder tudo de uma vez, recebi as cartinhas do SCPC/Serasa, sobre uma dívida que tenho no banco. E se eu tenho condições de pagá-la? Óbvio que não. Falta fazer uma renegociação, mas vocês sabem... Falta de tempo, de paciência... De tudo. Ainda mais quando a agência onde foi feita a conta fica lá na casa do caralho.
E é certeza que minha mãe não vai me ajudar de jeito nenhum. Ainda mais agora, que voltamos a brigar por qualquer merda. Até por causa do nosso cachorro. Resumindo a história: ela quer tirá-lo de mim e eu não quero. Porque ela está com a rinite atacada (e eu também) por causa dos pelinhos dele e blá blá blá. Ele é importante pra mim. Tanto ele quanto minha gatinha de estimação. É que as pessoas daqui de casa
parecem que não sabem,
mas eu sofro de alguma coisa que fode a mente, sabe... E eu preciso de algo para amar verdadeiramente, já que não gosto e não confio na maioria das pessoas ao meu redor. Carência? Pode até ser. Dizem que quando uma pessoa ama incondicionalmente um animalzinho, ela pode estar sofrendo de algum tipo de
distúrbio afetivo. Somente eles me fazem esquecer da depressão, da ansiedade, do estresse... Da vida ruim em geral. E aí minha mãe vem, fala um monte de coisa (grande coisa que é verdade, eu sei, mas que eu quero esquecer em nome da minha já destruída paciência) e decide tirá-lo de mim. Não, eu não aceito. Ela sabe como vou ficar sem um deles.
Fora que ela anda muito nervosa com tudo. Com tudo mesmo. Deve ser a menopausa. Ou eu.
Eu não queria que as coisas fossem assim. Eu achei que eu superaria meus problemas, eu achei que esse começo de ano seria menos ruim do que os outros, mas mais uma vez me vejo totalmente enganada. Eu não sei se é algum castigo. Acho que devo ter sido uma pessoa muito ruim numa vida passada, e que agora eu devo estar pagando os altos preços da vidinha anterior.
Por causa de tanta coisa que acontece, sempre acho que a minha presença é algo que atrapalha, que incomoda, que causa discórdia. Pessoas como eu mais atrapalham do que ajudam. E se eu penso numa "solução final" para a minha vida? Tsc... Claro que penso. Todos os dias.
"A vida é uma guerra sem tréguas, e morre-se com as armas na mão" - SCHOPENHAUER.