segunda-feira, 12 de março de 2012

Por quê eu acordei?

Bom dia.

São 09:28 da manhã e não acordei bem.

Pra variar tive mais uma briga com a minha mãe. Por causa de um simples telefonema que não dei à ela. Passei uma noite fora de casa sem avisar ninguém. Claro que me arrependi depois, já que ela estava prestes a me matar. Quem nunca saiu de casa sem avisar aos pais? Minha mãe fez um escarcéu, quase pulou no meu pescoço, como se eu tivesse feito algo trágico muito além da compreensão dela. E é exatamente isso que me irrita.

Minha mãe é daquelas pessoas que guarda fácil as mágoas (escorpianos...), então se pisam no calo dela, já pode ir se preparando. Ela não vai conversar civilizadamente com você, ela vai querer te engolir, te arrebentar na porrada, te excluir da vida dela. Eu sinto que à qualquer momento ela pode fazer isso: simplesmente me esquecer. Ela deixa bem claro isso pra mim. E como vocês acham que eu me sinto?

Eu sou daquelas pessoas que se fodem sem fazer nada demais. Ou absolutamente nada. Minha mãe ontem fez uma tempestade em copo d'água por causa de uma porcaria de telefonema que eu não dei porque me celular estava sem bateria. "SEM BATERIA!", gritei com ela. Acho que mais uns gritos e a gente sairia na porrada. Eu claro apanharia muito, porque jamais levantaria a mão pra minha mãe (primeiro porque tenho vergonha na cara e segundo porque ela poderia quebrar minha mão...).

Ontem me senti um lixo. Desapontei mais uma vez a minha mãe. Não foi nada demais, mas foi o suficiente pra ela me dar um ultimato: ou eu ando na linha que ela traça ou ela me coloca na rua e esquece de mim como filha. Essas palavras me machucaram muito. Tenho muito medo que ela me esqueça pra sempre, que ela me abandone. Eu sei que ela é muito capaz de fazer isso. Ela já fez isso com um tio meu. Por causa de umas coisas ai que ele fez, ela chega a sentir um ódio profundo dele e nem menciona o nome dele sem vir com inúmeros palavrões antes. Imaginei ela fazendo isso comigo ontem e chorei em silêncio no banheiro, porque não queria que alguém batesse na porta e quisesse saber como eu estou pra depois sentir pena de mim. Cheguei a pegar uma tesoura com ponta e fazer cortes mal sucedidos na minha perna, porque a tesoura nem era tão afiada assim. Não tinha lâminas de barbear em casa. Se tivesse, provavelmente eu estaria com marcas doloridas na pele.

Eu não culpo ninguém pelo o que eu sou. O problema não são os meus pais, não são meus amigos, ninguém à minha volta. O problema sou eu mesmo. Eu deixo bem claro isso, antes que comecem a dizer que eu culpo o mundo inteiro por ser uma idiota.

Já falei que o começo desse ano está sendo terrível pra mim. Nem no ano passado inteiro eu chorei o tanto que estou chorando esse ano. Me sinto tão cansada de derramar lágrimas, é muito esforço pra tentar tirar os sentimentos de culpa junto com elas, mas parecem que insistem em me comer viva, possuir minha cabeça e meu coração com sentimentos ruins. A vontade de dar um ponto final na vida sempre é inevitável, mas seria uma solução definitiva pra um problema temporário, e sinto que ainda tenho alguma coisa pra fazer nesse mundo. Acordei muito mal mesmo. Como se hoje fosse mais um dia pra vida me massacrar de novo. Mais um dia pra cair e não conseguir se levantar mais.

Eu nem deveria ter acordado.

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