Platônico: adj. 1. Relativo ou pertencente a Platão (q. v), ou próprio deste. 2. Alheio a interesses ou gozos materiais; ideal, casto.
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“O amor platônico passou a ser entendido como um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve. Reveste-se de fantasias e de idealização. O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem máculas. Parece que o amor platônico distancia-se da realidade e, como foge do real, mistura-se com o mundo do sonho e da fantasia.”
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Está completamente fora da minha realidade continuar te amando.
Mas sei lá... Eu me divirto. Me divirto com a possibilidade de que podíamos formar um casalzinho bem da hora sabe? Daqueles casaizinhos que iluminam as capas das revistas de fofocas, lindos, ricos e apaixonados. Infelizmente, sou daquelas que ainda espera pelo príncipe encantado que nunca aparecerá. Mas que sabe que ele existe. E tenho ciência absoluta que você existe, lógico. Longe de mim, muito longe de mim. Mas você existe. É um progresso. Sei lá.
Talvez você esteja pelas ruas, perambulando por aí, a procura de algo bom pra preencher o ócio (ah, esqueci! Você nem sabe mais o que é o ócio). Talvez você esteja deitado na sua cama, olhando pro teto, com uma preguicinha dos infernos. Talvez você esteja cultuando seu péssimo hábito de fumar, fazendo bolinhas de fumaça, vendo seus problemas se dissiparem junto com elas. Talvez você esteja bebendo, junto com os amigos, pra descontrair ou pra esquecer seus problemas. Talvez você esteja vendo uma revista masculina, uma Playboy ou outra qualquer. Você é um homem, e homens tem suas necessidades afinal, se é que você me entende. Talvez você esteja imaginando coisas aleatórias, coisas fofas, como uma garota inflando as bochechas e fazendo biquinho, ou coisas quentes, como essa mesma garota, só que nua e com uma cereja na boca, fazendo uma cara sexy que te faça derreter todo e querer transar com ela a noite inteira. Talvez você queira ir pra casa da sua mãe, devorar com gosto a comida dela, ou rever uma irmã sua. Talvez você queira se entupir de Kit Kat, seu chocolate preferido. Talvez você queira transar com alguma mulher especial ou com alguma prostituta. Talvez... Alguma coisa boa você deve estar fazendo nesse exato momento.
Acho divertido imaginar o que se passa pela sua cabeça. O que você deve estar pensando nesse momento? Em alguém especial? Naquele restaurante incrível que você tem muita vontade de ir? Coisas aleatórias, coisas que te fazem sorrir... Ou coisas que te enfurecem... Fico tentando entender seus gestos tão masculinos. Me apaixonam de uma forma diferente. Difícil de explicar. A forma como você olha as pessoas é meio inquisidora, mas deliciosamente erótico. Seus olhos conseguem me seduzir, me hipnotizar, me abobalhar. Simplesmente adoro quando sua masculinidade borbulha pelos seus poros no momento em que você simplesmente mostra seu dedo do meio em alguma câmera alheia por aí, ou quando você entona palavrões que nem eu mesma tenho o costume de falar. De alguma forma essas suas atitudes me encantam, acredite. Garotas acham isso horrível, machista, insensível... Eu acho legal. Isso realmente me atrai. Garotas querem príncipes encantados que nunca vão aparecer montados num cavalo branco. Como você, meu principe. Quer dizer, é mais cavaleiro da Guerra Santa do que o príncipe da Cinderela. Mas gosto assim. Historinha de principezinhos já deu. Sou mais os maus. Valentes. Viris. Anti-heróis. Você é malvadinho, e eu adoro isso. Acho que sou meio masoquista.
Deve ser por causa desse meu jeito meio masoquista que simplesmente gostaria de ser dominada por você. De todas as maneiras possíveis.
É engraçado quando eu tenho algum sonho com você. Sonhei apenas duas únicas vezes com você. Na primeira, nós dois estávamos dançando uma valsa lenta e gentil. Sentindo o perfume um do outro, um universo particular só nosso bem ali, no meio de outras pessoas dançando em volta, alheias ao nosso mundinho que secretamente haviamos criado apenas com as nossas respirações se mesclando com o doce e o amadeirado de ambos os nossos perfumes. E assim que aquela lenta dança havia se encerrado, você me pegou pela mão e me levou para um cantinho daquele salão grandioso. Você me guiou até um sofá vermelho, daqueles antigos, de dar inveja e brilhar os olhos de tão bonito que era. Nos sentamos. No momento que eu me sentei, achei que todo aquele clima talvez esfriaria um pouco, porque não estávamos mais perto como antes. Mas me enganei completamente e engoli essa nota mental quanto te senti me puxando para mais perto de você. E quando dei por mim, já estava com a minha cabeça repousada em seu peito, que subiu e desceu quando um suave suspiro deixou seus lábios carnudos. Pude sentir suas mãos, tão masculinas e delicadas brincarem gentilmente com os meus cabelos, me fazendo fechar os olhos e afundar numa sonolência gostosa em que você me embalava apenas com seus dedos longos mexendo em minhas melenas. Infelizmente acordei. Por que não poderíamos voltar para o mesmo sonho?!
Na segunda vez foi mais ousado. Nós fomos mais ousados. Inacrditavelmente, eu estava fazendo um strip-tease bem na sua frente. Você estava deitado numa cama larga e macia, de lencóis feitos com a mais pura seda e o mais delicado algodão. Olhávamos nos olhos como se procurássemos alguma resposta dentro deles. Havia sinceridade ali, e algo mais, eu sei. Eu tirava cada peça de roupa notando seu olhar faminto sobre cada parte minha despida. E eu adorava, ah como eu adorava! Lembro-me que teve uma hora que me sentei em seu colo e beijei sua boca, libertando meus desejos mais secretos naquele erótico e libidinoso ato. Ah... Como eu queria que isso continuasse, fosse mais além... Mas creio eu que os raios de sol da manhã foram mais fortes e me acordaram. Saco.
Me chamem de louca. De iludida. Do que quiserem.
Mas gosto desse ilusionismo. Platonismo é meio difícil de entender mesmo. Por quê quanto mais a pessoa está longe de nossas mãos, mais gostamos dela e queremos alcançá-la de qualquer jeito? Acho que somos malucos nesse sentido. Eu sou maluca, acho. Você está me deixando maluca!
Se um dia nos conhecermos pessoalmente, o que pode acontecer? As possibilidades são muitas: talvez eu queira tirar uma foto com você, te dar um beijo no rosto, te pedir um autógrafo ou então desmaiaria na sua frente pra testar seu cavalheirismo (sentir seus braços me socorrendo em seu colo, oh Deus!). Algo pode acontecer. Ou não. Simplesmente você pode me ignorar.
Enquanto nenhuma dessas coisas acontece, eu permaneço aqui, nesse mundo real tão triste, que me faz acreditar que você não sabe da minha existência. E ainda assim, acho uma diversão. Se isso dói em mim? Um pouco sim, não vou negar. Mas quer saber? Nem ligo muito. As ilusões me ensinaram a ser forte.
É. Acho que sou meio masoquista.
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