sábado, 21 de julho de 2012

"Depressãozinha adolescente".

Esse mês tá sendo um pouco menos triste pra mim. Não sei se é por causa do meu aniversário que se aproxima. Acredito que não. Aniversários costumam nos dar expectativas, aquele sentimento de que todo aniversário é um recomeço e etc.

Só o começo desse mês que foi uma merda. Uma merda mesmo. E contarei um baguio desagradável que aconteceu comigo. E sim, tem a ver com a porra do atendimento lá no SUS. E bem honesta? Acho que nunca fui tão humilhada na minha vida.

Eu fui fazer a minha 47356937456835632875 triagem pra psiquiatria, porque me disseram que eu precisava de um (novidade!). Eu achei que um psicólogo de verdade me receberia por lá. Mas ao invés disso, fui atendida por uma tirana bem infeliz que se dizia psicóloga. E acho que nunca fui tão mal tratada e humilhada em toda a minha vida, sério, volto a dizer. Ainda mais por um profissional de saúde. Por um profissional de saúde que deveria estar cuidando de você e te apoiando, procurando te entender e te ajudar da melhor forma possível.

Ela, durante a nossa conversa, disse que eu não precisava tomar remédios porque eu estava sofrendo uma SIMPLES crise existencial. E me chamou de IMATURA e de ARROGANTE. Por não aceitar o "diagnóstico" dela. Ela disse que meu caso trata-se de uma "depressãozinha adolescente", que me falta maturidade pra compreender o que sinto.

Eu senti o meu sangue subir naquela hora. Ela me ofendeu, me chamando de criança! 

Como é que uma porra de uma psicóloga pode falar essas coisas pra alguém fragilizado? Não duvido que ela diga isso pra todo mundo... Enfim, minha vontade naquela hora foi de bagunçar aquela cara de maracujá de gaveta dela. Mas não sou agressiva, então fiquei quieta. Mas olha... Me arrependi de ter ficado quieta, ouvindo as merdas que ela falou pra mim. Não devia mesmo! Imaginem como eu me senti! Fui buscar ajuda e saí de lá humilhada, envergonhada e com a cabeça ainda mais turva de pensamentos ruins. E dor de cabeça.

Por isso odeio esses médicos arrogantes do SUS. Parece que quando estão no último ano da faculdade ganham uma aula de prepotência e sarcasmo. Não sei o que era pior: o sarcasmo dela ou a falta de interesse em me atender. Sempre, SEMPRE deixando bem claro a minha "imaturidade".

Ela teve a pachorra de me dizer que eu estou desse jeito por FALTA DE ESTUDOS. Ela me chamou de burra, sim ou claro? E que a falta de estudos está dificultando a minha busca por emprego. Eu ainda disse pra ela que pra que eu fizesse uma boa faculdade eu teria que ter duas coisas: dinheiro e motivação. SINTO FALTA DE AMBOS. E ela simplesmente me dizia que era essa minha "crisezinha existencial" que estava me afetando dessa maneira.

E me disse que eu era tão arrogante que nem a ajuda dos meus próprios pais eu não me proponho a pedir. 

Ela me disse tanta merda que minha raiva ficou entalada na minha garganta e na minha cabeça. Sinto raiva, ódio e nojo até agora.

E o pior: saí de lá em êxito algum. Não fui encaminhada em nenhum outro lugar mais. Me pediu (ou melhor, mandou) para que eu procurasse minha antiga psicóloga pra escrever num papel todos os meus sintomas... Seguido de um "porque eu não tenho paciência pra ficar escutando você falar".

Infelizmente não consigo ser grossa com ninguém, não consigo ser agressiva com ninguém. Deve ser por isso que sou essa bobona de hoje em dia.

A maldita nem me deixou explicar direito o que estava acontecendo comigo! Já chegou me perguntando o que era a depressão pra mim e blá blá blá. E por ela ter me deixado tão nervosa, eu nem conseguia explicar pra ela o que estava acontecendo comigo. Eu falava com ela gaguejando e tropeçando nas palavras, de tão irada que eu estava! E eu sequer conseguia me levantar e sair de lá. E simplesmente deixei ela falar, pra que pudesse ir logo embora sem muito alarde.

Eu não suportei guardar esse tipo de revolta só pra mim. E mamãe me mataria se eu quebrasse o vaso antigo dela, presente de casamento. Então fui correndo pro Twitter.

Depender de atendimento público do SUS dá nisso. Você tá quase pirando e eles vão lá e te falam que você sofre de uma "depressãozinha adolescente".

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dia Mundial da Vergonha Alheia.

Hoje é sexta-feira 13. O povo tá pouco se lichando pro tal azar que esse dia possui. O povo se importa mesmo é com o Dia Mundial do Rock.

Sim, é um dia ótimo, pra se comemorar o gênero musical mais amado (e odiado também) de todos os tempos. Um dia criado por causa de um mano chamado Bob Geldof (que com certeza você, fã chato de Pink Floyd, conhece como ninguém) que organizou um show master pra acabar com a fome na Etiópia. Certo, certo. Um dia muito bacana. Porém...

Hoje é dia de sentir vergonha alheia. Sim, vergonha alheia. Aposto que você já deve ter visto um monte de gente no Facebook e no Twitter compartilhando fotos do tipo "Feliz Dia Mundial do Rock" com imagens do Avenged Sevenfold e do Slipknot e dando RT em frases do Axl Rose. E com certeza você já está de saco cheio, querendo que esse dia acabe logo, pra não se envergonhar alheiamente ainda mais.

O rock popularizou. O "rock adolescente", aquele que dá pra ouvir no canto do quarto enquanto se corta, não o "bom E VELHO rock 'n roll". Infelizmente o mundo tá banalizado. O rock também banalizou. Hoje, o cara usa uma camiseta da Avril Lavigne e se acha roqueiro pra caralho. O cara coloca "Maggot com orgulho 4ever" no perfil do Facebook. A mina finge ouvir Guns N' Roses apenas pra agradar os amigos e pegar homem.

Aliás, é isso que mais acontece. Garotas que "usam" uma banda só pra pegar machos. Por exemplo: o gatinho A-DO-RA Beatles. A gatinha nem gosta tanto assim de Beatles, mas diz ser "beatlemaníaca" pra ver se conquista o cara. Não sei qual a necessidade disso. Não é mais fácil ser ela mesma, mostrar que gosta (nem que seja um pouco), mas sem fingimento? Isso é falta de personalidade.

Posers. Hoje em dia tudo é coisa de poser né? E nesse dia, os tais "exterminadores de posers" estão à solta, a procura de sangue e confusão. Lamentável.

Fangirls. Os sites lotam de fangirls mostrando seu amor exagerado pelos seus ídolos, sempre da forma mais exacerbada possível. E ai de você se disser algo inverso à opinião delas. Ou melhor, que gosta deles também.

Galerinha do "minha banda é melhor que a sua!". Sempre rola aquela discussãozinha idiota nas redes sociais de que a sua banda e o seu gosto musical são infintamente melhores que dos outros. E insistem em subir hashtags no Twitter da sua banda favorita, só pra mostrar que você tem toda a razão e que todos têm que concordar com a sua opinião. A verdade é que nenhuma banda é melhor do que a outra. Talvez pra Rolling Stone, que vira e mexe sempre elege uma e outra, sei lá como é que funciona.


Puta que pariu.
 
Enfim, eu vejo coisas que me tiram do sério nesse dia. Assim como também eu vejo coisas legais. Tipo meus (poucos) amigos compartilhando a música preferida da banda preferida deles. Eles curtem o bom E VELHO rock 'n roll. Sem nenhum exagero. Bem, pelo menos eu não vi nenhum exagero da parte deles. 
 
Mas prefiro não opinar mais sobre esse dia. Até porque cada um tem o seu jeito de curir a música. É difícil dizer de verdade quem são os fdp's que apenas fanfarram nesse dia. O que eu disse são apenas suposições. Suposições que conforme os dias passam estão se tornando quase certezas.

Mesmo assim, viva o rock 'n roll. Que ele continue vivo, e entrando na cabeça dos jovens da maneira mais saudável possível. Eu disse DA MANEIRA MAIS SAUDÁVEL POSSÍVEL no sentido figurado. O sexo e as drogas ainda continuarão de mãos dadas com o rock. (no passado né...)

A propósito, vou ver um filme de terror pra esquecer.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Corinthiana sim.

Ontem foi a noite mais feliz da minha vida.

Finalmente vi o meu time ser campeão da Taça Libertadores pela primeira vez. Ta bom, tá bom, vocês não agüentam mais todo mundo falando sobre isso. E eu respeito. Respeito mesmo. Mas eu tenho que deixar aqui o meu ponto de vista de como é bom ser corinthiana.

Eu não sei exatamente quando e como esse meu amor pelo Corinthians começou. Lembro-me que quando éramos crianças, eu e o meu irmão gostávamos do São Paulo, por causa do meu pai, são paulino roxo,  zicador e enche-saco até hoje. Mas ainda na nossa infância descobrimos que aquele time do uniforme preto-e-branco e patrocinado por um tal de "Banco Excel econômico" era bem mais legal do que aquele time preto vermelho e branco meio sem graça. Para nós era meio sem graça. Éramos crianças e mesmo assim já distinguíamos o que era bom e o que era ruim para nós. Engraçado né?

E sou zuada por isso. Até hoje sou zuada por torcer pelo Corinthians. Já me disseram várias coisas. Inclusive que viraria titia mesmo por ser corinthiana. E outras baboseiras.

Sim, eu sou corinthiana. Mas não sou aquelas corinthianas briguentas, que fazem parte de torcidas organizadas (ainda...) e que brigam por causa do futebol. Primeiro, porque eu sou péssima em discussões. Sou vencida muito muito fácil. Segundo, porque não vejo sentido nessa coisa de você arranjar altas tretas para defender um time. Eu acho que o que vale é torcer e amar o seu time, só que sem violência e sem prepotência. Sem esse negócio de achar que seu time é melhor que o de todo mundo.

Sobre os "anti-corinthianos"? Eu dou risada. Mas não no sentido maldoso, e sim na brincadeira. É tudo uma zueira só. Ué, eles não zuaram a gente durante todos esses anos? E COM AS MESMAS PIADINHAS EM RELAÇÃO À ESTÁDIO E LIBERTADORES? Os outros corinthianos estão zuando muito, xingando muito, distribuíndo "chupas" via Twitter e Facebook. Confesso que mandei um belo dum "chupa", mas por causa da emoção, da excitação do momento. E por sentir que o peso foi tirado das nossas costas, das minhas costas. O bullying acabou.

Enfim. Eu poderia falar muitas outras coisas. Mas estou com MUITA preguiça. E a minha ficha ainda não caiu. Estou bem lenta.

Essa é a minha arte de chorar por um jogo do que por filmes românticos e pessoas.



E vai Corinthians!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Tylenol.

Acordou com dor de cabeça. Tomou muito café forte, achando que seria por causa da falta de cafeína logo de manhã cedo, já que seu relógio biológico era maluco e acordou tarde naquele sábado. Porém sua dor de cabeça continuava a incomodá-la. E não conseguia achar o frasquinho de Tylenol.

Procurou por um Dorflex. Mas se tomasse um comprimido provavelmente ficaria com sono o dia inteiro, por ser também relaxante muscular, e precisava sair mais tarde. Desistiu da cartela amarela.

Procurou pela Dipirona Sódica. Mas odiava com todas as forças aquele remédio. O gosto amargo lhe dava náuseas. Argh.

Procurou por algum outro maldito analgésico. A dor de cabeça já lhe incomodava demais. E não sabia o porquê.

Aliás, ela sabia sim. Infelizmente ela sabia. O motivo não era nada bom: na sexta-feira anterior teve uma briga feia com o ex-noivo, que dizia que não aguentava mais os ciúmes e as paranóias dela. E que sim, estava com outra. Aqueles dois anos de namoro e cinco meses de noivado foram por água abaixo. Ela sempre achava que o noivo estava com outra. Mas engolia esse pensamento e procurava ignorar, focando apenas no noivado e no futuro feliz que teria junto com aquele que era o amor da sua vida. Até o dia que fuçou o celular do moço enquanto ele tomava um banho e viu mensagens suspeitas e com alto teor de infidelidade. Aquela não era a primeira vez. Ocorreram outras mensagens intrigantes e uma traição, que foi esquecida depois de um tempo e depois que voltaram. E agora ela estava vendo aquele maldito filme pela segunda vez. O moço mal saiu do banheiro e recebeu as primeiras saraivadas de fúria com o corpo mal enxuto e a toalha quase caindo da sua cintura.Voltou para sua casa depois de ter saído com os punhos doloridos e fechados de tanto esbofeteá-lo, apesar de ser menor e mais fraca do que ele. Não saiu de lá vitoriosa e muito menos orgulhosa daquela luta.

O saldo daquilo foi horrível para ela: lágrimas, muitas lágrimas, alguns vasos quebrados e calmantes. Acordou com a sua casa bagunçada por causa daquele caso de infidelidade dentro de um noivado que até então era feliz e sem nenhum problema. E a dor de cabeça de arremate.

Voltando para si, tentanto tirar aquela sexta-feira da cabeça, resolveu procurar o seu remedinho preferido naquela sala totalmente bagunçada. Esqueceu de arrumar, já que estava mais possessa do que nunca. Quebrou as coisas de casa e desabou na cama debrulhada em lágrimas até que adormecesse.

E um meio sorriso nos lábios veio junto com uma pontada no coração. Achou o frasquinho branco de Tylenol, jogado no canto da sala, junto com os estilhaços do porta-retrato de vidro, onde emoldurava a foto dela com o noivo, abraçados, com as alianças de noivado brilhantes em seus dedos.

Preferiu tomar a Dipirona.

domingo, 1 de julho de 2012

"Personality Disorder Test".

Personality Disorder Test Results
Paranoid |||||||||||||||| 70%
Schizoid |||||||||||||||||| 78%
Schizotypal |||||||||||||||||| 74%
Antisocial |||||||||| 38%
Borderline |||||||||||||||||||| 90%
Histrionic |||||||||| 34%
Narcissistic |||||| 26%
Avoidant |||||||||||||||||||| 82%
Dependent |||||||||||||||||||| 86%
Obsessive-Compulsive |||||||||| 34%
Take Free Personality Disorder Test
Personality Test by SimilarMinds.com




Ah sim, tô bem. 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

[historinha aleatória n°3]

Era um fim de tarde frio e nublado. Combinava muito com o meu humor no dia. Me sentia mais fria e vazia por dentro do que um freezer. Precisava sair pra respirar um pouco, já que o clima na minha casa estava se tornando cada vez mais sufocante pra mim.

Ganhei a rua e me sentei num banco qualquer de uma praça qualquer perto de casa. Enquanto enfiava uma das mãos no bolso do casaco em busca do meu maço de cigarros, eu observava as pessoas que passavam por ali. Tédio. As pessoas hoje em dia pra mim são resumidas em puro tédio. Cada vez mais arrogantes, mesquinhas, preconceituosas, idiotas. Pessoas me dão preguiça. E um certo nojo pelas suas atitudes, em sua maioria, estúpidas. Tirei o maço de dentro do bolso, saquei um cigarro e acendi em seguida. Uma profunda e deliciosa tragada, sentindo a garganta esquentar rapidamente.

Estava presa em meus próprios pensamentos e ao gosto de nicotina amargando minha boca quando sinto alguém se aproximando do banco onde eu estava.

- Con licença, você tem um cigarro aí?

Um rapaz sentou ao meu lado. Eu, muito gentil, atendi ao pedido dele. Tirei outro cigarro do meu maço e ofereci ao moço.

- Marlboro Light, serve?

Ele balançou a cabeça positivamente com um sorriso. Um sorriso muito bonito. Fiquei um pouco desconcertada, afinal não me sentia segura com estranhos falando comigo. E sorrindo pra mim ainda por cima.

- Muito obrigado - Ele agradeceu. Em seguida acendeu o cigarro com um isqueiro aparentemente antigo e deu uma longa tragada.

Achei que ele logo fosse embora, mas não. Continuou ali, sentado ao meu lado, do mesmo jeito que eu, fumando e observando as pessoas. A princípio me senti um pouco incomodada com a presença dele ali, afinal eu não estava muito sociável naquele dia. Mas depois de alguns minutos desejei que ele não fosse embora.

Disfarçadamente eu olhei o rapaz ao meu lado. Apesar de eu não ter muita paciência com pessoas, sou muito observadora. Ele olhava todo aquele movimento morno do parque com um olhar sereno, como se estivesse preocupado com absolutamente nada. Aparentava ter uns 25 anos. Reparei na maneira displicente como estava sentado. Parecia ser atraente.

E era impressionante a forma lenta como ele fumava. Enquanto eu já pensava em pegar outro cigarro, o dele ainda estava pela metade. Talvez ele não tinha coisas para se preocupar, não vivesse nervoso e etc.

Enquanto fumava, brincava distraidamente com o isqueiro. Consegui ter essa visão quando encostei as costas no encosto do banco de madeira. E ele estava com o tronco projetado pra frente, observando umas crianças que por ali brincavam. Até que ele deixou o isqueiro cair no chão. Eu rapidamente deixei minha posição e me abaixei pra pegá-lo.

- Muito obrigado moça... - Agradeceu mais uma vez com o cigarro na boca, tomando o isqueiro da minha mão.

- Por nada - Um sorriso pequeno e tímido se desenhou em meus lábios. E ainda emendei - Gostei do seu isqueiro.

- Sério? Era do meu pai, e ainda funciona! - Parecia que aquele isqueiro tinha um valor sentimental para ele, já que eu vi um certo brilho nos olhos dele enquanto falava daquele bonito objeto de metal.

E depois de ter visto os olhos dele, passei a reparar no resto. Ele não era bonito. Tampouco lindo. Tinha o rosto um pouco quadrado, olhos que não pude identificar muito a cor na hora, o nariz meio avantajado e um cabelo em tons de loiro, meio desgranhado. O tipo de cara que garotas da faculdade facilmente desprezariam. Mas por alguma razão, ele possuia uma "charme inexplicável".

E por causa daquele isqueiro Zippo passamos uns 15 minutos mais ou menos conversando. Ah sim, verdes. Os olhos dele eram verdes. Ou castanho-esverdeado? Seu nome era Marcos. Tinha 27 anos e cursava o último ano de Engenharia na USP. Morava com um amigo e uma gata siamesa chamada Pérola.

Depois de uns assuntos extremamente aleatórios ele pediu o número do meu celular. Eu havia gostado dele. Falava superbem, era educado e dono de um tom de voz suave, porém firme. Trocamos os números numa boa.

Uma semana depois nos falamos por telefone. Achei que ele não me ligaria, achei que ele fosse igual à todos os caras que prometeram me ligar no dia seguinte e nunca o fizeram. Prontamente ele justificou a demora de ter me ligado, dizendo que era semana de provas e estava estudando muito. Deixamos as justificativas de lado e marcamos de sair. Bar, 20:30hs.

Ríamos muito enquanto falávamos das patricinhas de ambas nossas faculdades e dos nossos próprios micos da vida. marcos era realmente um cara muito interessante e charmoso, e tinha um bom papo. Falávamos de games novos e bandas que ouvíamos. Tínhamos o mesmo gosto musical. E ele sempre sorria. Dentes brancos e perfeitamente alinhados. Um sorriso grande, bonito, convidativo.

Saíamos para fumar enquanto caminhávamos pelas ruas frias. Ele fazia adoráveis bolinhas de fumaça, perguntando se podia me levar até em casa. Com tanta cordialidade, acabei aceitando. E segurou minha mão. Perguntou se eu me incomodava. Disse que não, sentindo meu rosto esquentar. A mão dele era tão quente e grande que sentia minha mão devidamente protegida.

Quando chegamos em frente à minha casa, senti ele me puxando para perto, de frente para ele, praticamente colando nossos corpos. Aquilo foi tão inesperado que me assustei no começo. Mas senti minhas pernas bambearem quando ele sussurrou no meu ouvido que queria um beijo antes de nos despedirmos. Senti um misto delicioso de sensações. Era evidente que eu queria beijá-lo. Aquele charme e aquelas mãos na minha cintura me incitaram a não apenas beijá-lo. Eu estava há alguns meses sem transar. Eu precisava de uma transa boa. Mas meus pais estavam em casa.

Senti os lábios dele sobre os meus, e em seguida a língua dele pedindo passagem para dentro da minha boca. Ele beijava tão bem que ficamos uns cinco minutos só naquilo. Tive que subir um degrau da escada da porta de entrada para alcançar melhor a boca dele, já que ele era alto.

Ele desceu os lábios no meu pescoço, e logo senti que as coisas iam esquentar.

Soltei um suspiro quando os dentes dele atingiram a curva do meu pescoço com uma suave mordida. As mãos dele, antes na minha cintura, agora vagavam um pouco mais embaixo.

E naquele momento, eu senti que não conseguiria resistir.

Quando demos por nós, estávamos num beco próximo à minha casa, aparentemente tranquilo naquela hora, sem risco de sermos interrompidos. Mas ainda assim eu tinha medo de que alguém nos visse. E por incrível que pareça, isso aumentou o meu desejo.



Ele ofegava, sussurrava umas safadezas no meu ouvido enquanto metia em mim, me segurando pelas pernas, comigo encostada na parede. Na posição que eu estava, eu me segurava pra não soltar um gemido mais alto. Eu o incitava a ir mais rápido e mais forte, pressionando minhas pernas, entrelaçadas à sua cintura. Estávamos quase completamente vestidos. Bastou abrir o zíper da calça dele e colocar a minha calcinha de lado (eu usava uma saia na altura dos joelhos na ocasião). Meu casaco estava perdido em algum canto daquele beco. Apesar do friozinho que fazia, ele abriu desesperado a minha blusa, abaixou meu sutião de qualquer jeito e chupou meus seios, mordendo meus mamilos à medida que o orgasmo estava próximo. Muita afobação e muita artimanha sexual. Depois de mais umas estocadas fortes dentro de mim ele soltou um gemido alto perto do meu ouvido, chegando ao orgasmo. Mas ainda faltava a minha vez.

Ele simplesmente continuou a meter cada vez mais forte, mesmo depois de ter gozado. Soltou uma das minhas pernas, mantendo a outra erguida, e usou a mão, agora livre, para estimular o meu clitóris. Esfregava aqueles dedos delirantes no clitóris enquanto seu pênis ainda bombava dentro de mim. Rapidamente senti a deliciosa sensação do orgasmo. Tirou o pênis e enfiou dois dedos na minha intimidade. Vi os dedos dele saírem molhados e indo em direção à sua boca, sugando-os. E me beijou lentamente em seguida.



Isso aconteceu há um ano. Depois daquela noite, nós ainda nos falamos. Marcos está namorando, mas disse que nunca me esqueceu. E que ainda fuma lembrando-se de mim. Eu ainda faço o mesmo. Só que sem esperanças de vê-lo novamente. E vendo os transeuntes do parque, com o mesmo desinteresse de antes.