quinta-feira, 28 de junho de 2012

[historinha aleatória n°3]

Era um fim de tarde frio e nublado. Combinava muito com o meu humor no dia. Me sentia mais fria e vazia por dentro do que um freezer. Precisava sair pra respirar um pouco, já que o clima na minha casa estava se tornando cada vez mais sufocante pra mim.

Ganhei a rua e me sentei num banco qualquer de uma praça qualquer perto de casa. Enquanto enfiava uma das mãos no bolso do casaco em busca do meu maço de cigarros, eu observava as pessoas que passavam por ali. Tédio. As pessoas hoje em dia pra mim são resumidas em puro tédio. Cada vez mais arrogantes, mesquinhas, preconceituosas, idiotas. Pessoas me dão preguiça. E um certo nojo pelas suas atitudes, em sua maioria, estúpidas. Tirei o maço de dentro do bolso, saquei um cigarro e acendi em seguida. Uma profunda e deliciosa tragada, sentindo a garganta esquentar rapidamente.

Estava presa em meus próprios pensamentos e ao gosto de nicotina amargando minha boca quando sinto alguém se aproximando do banco onde eu estava.

- Con licença, você tem um cigarro aí?

Um rapaz sentou ao meu lado. Eu, muito gentil, atendi ao pedido dele. Tirei outro cigarro do meu maço e ofereci ao moço.

- Marlboro Light, serve?

Ele balançou a cabeça positivamente com um sorriso. Um sorriso muito bonito. Fiquei um pouco desconcertada, afinal não me sentia segura com estranhos falando comigo. E sorrindo pra mim ainda por cima.

- Muito obrigado - Ele agradeceu. Em seguida acendeu o cigarro com um isqueiro aparentemente antigo e deu uma longa tragada.

Achei que ele logo fosse embora, mas não. Continuou ali, sentado ao meu lado, do mesmo jeito que eu, fumando e observando as pessoas. A princípio me senti um pouco incomodada com a presença dele ali, afinal eu não estava muito sociável naquele dia. Mas depois de alguns minutos desejei que ele não fosse embora.

Disfarçadamente eu olhei o rapaz ao meu lado. Apesar de eu não ter muita paciência com pessoas, sou muito observadora. Ele olhava todo aquele movimento morno do parque com um olhar sereno, como se estivesse preocupado com absolutamente nada. Aparentava ter uns 25 anos. Reparei na maneira displicente como estava sentado. Parecia ser atraente.

E era impressionante a forma lenta como ele fumava. Enquanto eu já pensava em pegar outro cigarro, o dele ainda estava pela metade. Talvez ele não tinha coisas para se preocupar, não vivesse nervoso e etc.

Enquanto fumava, brincava distraidamente com o isqueiro. Consegui ter essa visão quando encostei as costas no encosto do banco de madeira. E ele estava com o tronco projetado pra frente, observando umas crianças que por ali brincavam. Até que ele deixou o isqueiro cair no chão. Eu rapidamente deixei minha posição e me abaixei pra pegá-lo.

- Muito obrigado moça... - Agradeceu mais uma vez com o cigarro na boca, tomando o isqueiro da minha mão.

- Por nada - Um sorriso pequeno e tímido se desenhou em meus lábios. E ainda emendei - Gostei do seu isqueiro.

- Sério? Era do meu pai, e ainda funciona! - Parecia que aquele isqueiro tinha um valor sentimental para ele, já que eu vi um certo brilho nos olhos dele enquanto falava daquele bonito objeto de metal.

E depois de ter visto os olhos dele, passei a reparar no resto. Ele não era bonito. Tampouco lindo. Tinha o rosto um pouco quadrado, olhos que não pude identificar muito a cor na hora, o nariz meio avantajado e um cabelo em tons de loiro, meio desgranhado. O tipo de cara que garotas da faculdade facilmente desprezariam. Mas por alguma razão, ele possuia uma "charme inexplicável".

E por causa daquele isqueiro Zippo passamos uns 15 minutos mais ou menos conversando. Ah sim, verdes. Os olhos dele eram verdes. Ou castanho-esverdeado? Seu nome era Marcos. Tinha 27 anos e cursava o último ano de Engenharia na USP. Morava com um amigo e uma gata siamesa chamada Pérola.

Depois de uns assuntos extremamente aleatórios ele pediu o número do meu celular. Eu havia gostado dele. Falava superbem, era educado e dono de um tom de voz suave, porém firme. Trocamos os números numa boa.

Uma semana depois nos falamos por telefone. Achei que ele não me ligaria, achei que ele fosse igual à todos os caras que prometeram me ligar no dia seguinte e nunca o fizeram. Prontamente ele justificou a demora de ter me ligado, dizendo que era semana de provas e estava estudando muito. Deixamos as justificativas de lado e marcamos de sair. Bar, 20:30hs.

Ríamos muito enquanto falávamos das patricinhas de ambas nossas faculdades e dos nossos próprios micos da vida. marcos era realmente um cara muito interessante e charmoso, e tinha um bom papo. Falávamos de games novos e bandas que ouvíamos. Tínhamos o mesmo gosto musical. E ele sempre sorria. Dentes brancos e perfeitamente alinhados. Um sorriso grande, bonito, convidativo.

Saíamos para fumar enquanto caminhávamos pelas ruas frias. Ele fazia adoráveis bolinhas de fumaça, perguntando se podia me levar até em casa. Com tanta cordialidade, acabei aceitando. E segurou minha mão. Perguntou se eu me incomodava. Disse que não, sentindo meu rosto esquentar. A mão dele era tão quente e grande que sentia minha mão devidamente protegida.

Quando chegamos em frente à minha casa, senti ele me puxando para perto, de frente para ele, praticamente colando nossos corpos. Aquilo foi tão inesperado que me assustei no começo. Mas senti minhas pernas bambearem quando ele sussurrou no meu ouvido que queria um beijo antes de nos despedirmos. Senti um misto delicioso de sensações. Era evidente que eu queria beijá-lo. Aquele charme e aquelas mãos na minha cintura me incitaram a não apenas beijá-lo. Eu estava há alguns meses sem transar. Eu precisava de uma transa boa. Mas meus pais estavam em casa.

Senti os lábios dele sobre os meus, e em seguida a língua dele pedindo passagem para dentro da minha boca. Ele beijava tão bem que ficamos uns cinco minutos só naquilo. Tive que subir um degrau da escada da porta de entrada para alcançar melhor a boca dele, já que ele era alto.

Ele desceu os lábios no meu pescoço, e logo senti que as coisas iam esquentar.

Soltei um suspiro quando os dentes dele atingiram a curva do meu pescoço com uma suave mordida. As mãos dele, antes na minha cintura, agora vagavam um pouco mais embaixo.

E naquele momento, eu senti que não conseguiria resistir.

Quando demos por nós, estávamos num beco próximo à minha casa, aparentemente tranquilo naquela hora, sem risco de sermos interrompidos. Mas ainda assim eu tinha medo de que alguém nos visse. E por incrível que pareça, isso aumentou o meu desejo.



Ele ofegava, sussurrava umas safadezas no meu ouvido enquanto metia em mim, me segurando pelas pernas, comigo encostada na parede. Na posição que eu estava, eu me segurava pra não soltar um gemido mais alto. Eu o incitava a ir mais rápido e mais forte, pressionando minhas pernas, entrelaçadas à sua cintura. Estávamos quase completamente vestidos. Bastou abrir o zíper da calça dele e colocar a minha calcinha de lado (eu usava uma saia na altura dos joelhos na ocasião). Meu casaco estava perdido em algum canto daquele beco. Apesar do friozinho que fazia, ele abriu desesperado a minha blusa, abaixou meu sutião de qualquer jeito e chupou meus seios, mordendo meus mamilos à medida que o orgasmo estava próximo. Muita afobação e muita artimanha sexual. Depois de mais umas estocadas fortes dentro de mim ele soltou um gemido alto perto do meu ouvido, chegando ao orgasmo. Mas ainda faltava a minha vez.

Ele simplesmente continuou a meter cada vez mais forte, mesmo depois de ter gozado. Soltou uma das minhas pernas, mantendo a outra erguida, e usou a mão, agora livre, para estimular o meu clitóris. Esfregava aqueles dedos delirantes no clitóris enquanto seu pênis ainda bombava dentro de mim. Rapidamente senti a deliciosa sensação do orgasmo. Tirou o pênis e enfiou dois dedos na minha intimidade. Vi os dedos dele saírem molhados e indo em direção à sua boca, sugando-os. E me beijou lentamente em seguida.



Isso aconteceu há um ano. Depois daquela noite, nós ainda nos falamos. Marcos está namorando, mas disse que nunca me esqueceu. E que ainda fuma lembrando-se de mim. Eu ainda faço o mesmo. Só que sem esperanças de vê-lo novamente. E vendo os transeuntes do parque, com o mesmo desinteresse de antes.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Os homens de verdade.

Aquela música da Shakira, "Addicted To You", ficou na minha cabeça hoje pela manhã, o que me inspirou a escrever esse singelo texto sobre os homens que eu tanto gosto. A letra enaltece detalhes do típico homem que todas nós queremos: dos olhos castanhos, com uma veia saltada e o sorriso nervoso.

Addicted To You (Viciada em você)


Debe ser el perfume que usas
(Deve ser o perfume que usa)
O el agua con la que te bañas
(Ou a água com que você toma banho)
Pero cada cosita que haces
(Mas cada pequena coisa que você faz)
A mí me parece una hazaña
(Eu acho uma façanha)


Me besaste esa noche
(Você me beijou esta noite)
Cual si fuera el único día de tu boca
(Como se fosse o único dia de sua boca)
Cada vez que me acuerdo
(Cada vez que eu lembro)
Yo siento en mi pecho el peso de una roca
(Eu sinto meu coração pesado como uma rocha)


Son tus ojos marrones
(São seus olhos castanhos)
Con esa veta verdosa
(Essa veia saltada)
Es tu cara de niño
(Essa cara de menino)
Y esa risa nerviosa
(E esse sorriso nervoso)


(2x)
I'm addicted to you
(Estou viciada em você)
Porque es un vicio tu piel
(Porque sua pele é um vício)
Baby I'm addicted to you
Querido, estou viciada em você)
Quiero que te dejes querer
(Quero que se deixe querer)


Por el puro placer de flotar
(Pelo simples prazer de flutuar)
Ahora si me llevó la corriente
(Agora se eu pegar a corrente)
Ya no puedo dormir ni comer
(Já não consigo dormir nem comer)
Como lo hace la gente decente
(Como as pessoas decentes fazem)


Tu recuerdo ha quedado
(Sua memória ficou comigo)
Así como un broche prendido a mi almohada
(Assim como um broche preso ao meu travesseiro)
Y tú en cambio que tienes memoria de pez
(E você tem memória de peixe)
No te acuerdas de nada
(Não se lembra de nada)


Son tus manos de hombre
(São suas mãos de homem)
Y el olor de tu espalda
(O cheiro das suas costas)
Lo que no tiene nombre
(O que não tem nome)
Lo logró tu mirada
(O seu olhar conseguiu)


(2x)
I'm addicted to you
(Estou viciada em você)
Porque es un vicio tu piel
(Porque sua pele é um vício)
Baby I'm addicted to you
(Querido, estou viciada em você)
Quiero que te dejes querer
(Quero que se deixe querer) 


Ah, que letrinha sensual não é?
(as partes negritadas são as que mais me chamam a atenção. Já devem imaginar o porquê.)

Homens deliciosos assim são meio difíceis de se encontrar atualmente (só nas letras da Shakira ou da Donna Summer, sei lá). As garotas de hoje em dia preferem garotões de peito depilado, ou garotinhos de estilinho "loja de brechó da Bela Vista". Até mesmo aqueles remanescentes garotos que ainda usam calças coloridas e cabelinho lambuzado de gel L'Óreal.

Estragando o post.


Eu não gosto de nada disso.
Eu deixo bem claro aqui a minha preferência aos homens de verdade. De preferência, os mais velhos. Eu não sei porquê, desde a minha adolescência eu tenho um fortíssimo encanto por rapazes mais velhos do que eu. Tanto que o garoto por quem fui apaixonada por mais de três anos era mais velho (eu tinha 12 anos, ele tinha 16, 17). Fora os incontáveis amores platônicos que tive por rockstars que atualmente possuem idade superior à 60 anos. Eu realmente não sei explicar. Homens mais velhos pra mim possuem aquele charme, aquela experiência que me dá vontade de experimentar, aquele jeito delicioso de me ensinar as coisas, porque odeio ensinar, não tenho paciência. Gosto de ouvir histórias e de ensinamentos (sexuais ou não). Porque confesso: eu gosto quando me guiam. E se querem saber? Eu tenho vontade de ser dominada na cama. Mas não na minha futura primeira vez. Quem sabe depois né.

Mãozinhas delicadas, de quem acabou de passar uma tarde na manicure, não rola pra mim. Esse negócio de metrossexualidade não é a minha praia. Com certeza eu não gostaria de um cara que demorasse mais para se arrumar do que eu, ou então pedindo minha pinça emprestada para "tirar as sobras das sobrancelhas que estão crescendo de novo". Claro, eu gosto de caras que se cuidam, mas com discrição. Um cara atencioso, inteligente, charmoso, estiloso (sem exageros) e cheiroso (principalmente!) já é o suficiente para fazer meus olhinhos de noite serena brilharem.

 "Amor, me empresta aquele seu creme da Clinique que eu tanto adoro?"


Eu gosto daquele cheiro de perfume amadeirado misturado naquela pele que exala testosterona. Aposto que você já viu um homem assim por aí (com uma mulherzinha toda delicadinha e mimimi, aff). Me desperta uma forte curiosidade. Aquela insana curiosidade de saber como é beijar aquela boca masculina demais, sugar a pele daquele pescoço bonito com aquele pomo-de-Adão proeminente, sentir aquelas mãos fortes me apertando inteira e sentir o calor do corpo viril. Arrepios, muitos arrepios, socorro.

E eu visualizo esse tipo de homem que eu peço à Deus quase todos os dias nos espanhóis. Nem franceses, muito menos britânicos. Nem mesmo brasileiros (existem poucos...). Tá, eu nunca vi um espanhol de perto na minha vida, mas vejo em fotos. Mesmo que contenham um photoshop aqui e ali, eu gosto de imaginar que eles são o tipinho de homem que me faz sentir os arrepios que estou sentido agora escrevendo este texto, rs. Eles tem fama de "machões", sensuais e por possuirem uma cota bem abundante de mulheres que já comeram. Já ouvi dizer que eles são os melhores amantes do mundo, assim como também já ouvi dizer que são caras arrogantes, mal humorados e egocêntricos por conta da tal fama que sabem que têm. Isso vai de cada um. Acho que é só pegando um pra saber mesmo. Mas gosto de pensar na idéia de que eles podem me fazer feliz. Nem que seja por uma única noite. E na base do wild sex, não importa.

Pero ese hombre muy guapo, Dios!


Ah sim. Tem que ser alto. Ah, como eu adoro um cara que ultrapassa os 1,75m! Eu tenho 1,60m, nunca gostei de cara com altura similar ou abaixo da minha. Caras altos e magrelos são adoravelmente desengonçados, e caras altos e fortes (não bombados, pelo amor de Jeová!) são encantadoramente imponentes. Ambos os tipinhos que me agradam muito. Tá difícil encontrar caras assim aqui em São Paulo. Rapazes altos até que eu acho de monte por aí, mas não com as características que descrevi. A maioria eu eu já vi são assim: ou são funkeiros sem o mínimo de bom gosto no estilo, ou são hipsters que querem top models para comer, ou são gays (lindos de morrer, pra acabar comigo de uma vez), ou são motoboys querendo alguma coisa de mim que não envolva relações, if you know what I mean. Eu já fiquei com alguns (poucos) caras altos. E é bom ter a lembrança daquilo tudo me abraçando e encurvando levemente as costas pra me beijar.


Roger Waters: 1,88m! (segundo outras fontes, ele é mais alto ainda: 1,91m, socorro!) ♥...

... e Joey Ramone: 1,98m de pura... Simpatia e encanto! ♥


Eu tenho um fetiche maluco por braços. E homem que é homem pra mim tem que ter um braço definido. Sem ser aqueles braços enormes cheios de anabolizantes, aquilo é horrível (e muita garota acha o nível máximo de gostosura), mas aqueles braços com leves traços de musculação, aquele braço que me dê vontade de morder muito. Gosto daquele braço que dê pra admirar sem sentir uma certa vontade de rir (ou vomitar, se for muito musculoso e feio). E esse meu fetiche por braços se torna ainda mais forte e incontrolável quando visualizo lindas e longas veias proeminentes. Sim, veias. Sabe aquelas veias no braço que quando você as vê num dia muito quente ou quando está com o braço abaixado você até se assusta? Pois é, eu amo. Amo mesmo, acho sexy. E pra arrematar, pêlos escuros. Não, nada de pêlos tingidos de Blonde (sim, alguns fazem este absurdo!). Pêlos escuros, pêlos finos e escuros. Sem ser aquele naipe Tony Ramos, aí já é exagero.


É maluquice curtir veias nos braços? Vou perguntar pra minha psicóloga.


E tem a parcela masculina que, particularmente, é a minha preferida: os rockstars. Símbolos de masculinidade abundante, riffs de guitarra que me fazem gritar de emoção e comedores level  "" de mulheres. Claro, eu nunca serei comida por algum, mas é bem divertido se imaginar no lugar daquelas groupies malucas que ganhavam a vida dando a periquita pros pênis do rock 'n' roll. Não tenho muito o que falar sobre eles. É só vendo fotos (ou um DVD do Led Zeppelin, do Bon Jovi e outras bandas "machas" do rock) pra se ter uma noção e entender o que eu tô falando.


Robert Plant: Sensualidade level 1.000 e alguma coisa.


Eu poderia passar horas e mais horas aqui apontando os tipinhos de homens que eu gosto e que eu apresentaria pros meus pais num almoço de domingo, mas aí o texto ficaria longo demais. E preguiça é meu segundo sobrenome, atrás de "desmotivação". 

Mas honestamente, acho que o homem de verdade pra mim, sem ativar o botão de seleção do meu cérebro, é um cara que me aceite do jeito que eu sou, que me respeite, que me trate com carinho (mas pô, sem aquele negócio de "meu môzinho, minha fofuxa, minha tchutchuquinha" e outros apelidinhos escrotos), que não viva sem perfume e que goste das mesmas coisas que eu. Isso tudo que eu falei são apenas características que eu admiro num homem. Eu adoro usar uns exemplos de rockstars, porque enfim... Eu gosto deles. E você também gosta que eu sei. Claro que eu jamais encontrarei um rapaz com todas essas características juntas, até porque isso se chamaria "quase perfeição", mas a inexistência da "perfeição" é algo universal e real. Mas acho que dá pra encontrar um carinha com pelo menos uma dessas características.

Ah Shakira, adoro suas letras.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Tenho que ser bonita para arranjar um emprego?

Eu me perguntei isso até acessar o Google e encontrar essa matéria:

"Arrumar emprego é mais difícil para mulheres bonitas"

Logo gritei (quer dizer, não gritei, elevei o tom de voz) na frente do computador: NÃO, ESPERA, ISSO É MENTIRA CARA, É MENTIRA! Mas essa pesquisa parece ser bem verídica.

Segundo essa pesquisa maluca aí, a razão pelo qual a maioria das bonitonas não são contratadas está justamente no RH (dã!), por causa da galerinha que trabalha por lá, que está repleta de jovens bonitas, saudáveis, solteiras e coradas. E as candidatas quase "top models" são vistas como concorrentes, ou rivais mesmo. Parece que as meninas dos RHs do nosso Brasil varonil amaldiçoam as garotas bonitas... Principalmente aquelas que colocam a foto no currículo.

E eu aqui fiquei pensando: meu currículo tem foto (pensando seriamente em tirá-la), tem algumas informações revelantes (?) por lá e etc... Mas eu não sou nem um pouco bonita. Então por quê diabos eu não consigo arranjar um emprego?!

Infelizmente parece que no Brasil arrumar um trampo tá cada vez mais difícil, porque hoje em dia você precisa ter curso. CURSO DE TUDO. Até de "como pegar uma vassoura corretamente". Eu fico intensamente irritada, porque já fazem meses que estou a procura de um trampo pra sair da pindaíba e recomeçar minha vida e nunca acho uma oportunidade. Quer dizer, acho MUITAS, já fui em umas 47593648567357835683573564560587956814 e tralálá entrevistas, mas em nenhuma eu obtive um resultado positivo. Daí eu realmente fiquei me perguntando esse tempo todo se era por causa da minha aparência.

Mamãe acha que sim, que é por causa da minha falta de beleza (adoro minha mãe, porque ela é sempre realista). Ela acha que meu dente torto e minha depressão estampada em neon vermelho na testa assusta as entrevistadoras. Eu sempre dou meu jeitinho, escondo as minhas fragilidades, minha ansiedade e minhas olheiras com muita maquiagem, mas parece que não adianta. Parece que o RH sente a minha aura ruim da puta que pariu e logo me descartam. Ainda fazem a entrevista comigo "pra não ficar feio" né.

Outra coisa que minha mãe acha que andam fazendo é me queimando por aí. Ouvi dizer (não sei se é verdade) que as empresas, antes de pensarem em contratar um sujeito, vão atrás do "passado no mercado de trabalho" dele, investigam a causa da saída dos outros empregos, viram hackers e vasculham o Twitter e Facebook do camarada pra saber como ele é num ambiente informal e blá blá blá. Não sei se andam fazendo isso comigo. Acredito que não seja por causa das minhas redes sociais. Deve ter sido algum maldito (ou maldita)  nos empregos anteriores que andam falando muita abobrinha sobre mim, e que querem mesmo me ver na merda, porque olha...

Voltando à beleza (ou a falta dela) no mercado de trabalho, eu me lembro de uma redação que fiz num processo seletivo para uma loja de sapatos famosona a qual eu fiz uma entrevista, em que o tema era livre. Logo pensei: "bom, já que o tema é livre, e estou numa seleção, vou falar sobre algo que me incomoda profundamente". E fiz uma redação de mais de 15 linhas sobre "a ditadura da moda no mercado de trabalho". Sim, foi uma crítica direta ao pessoalzinho do RH. Lembro de ter dito algo como "a ditadura da moda infelizmente atingiu até o mercado de trabalho, já que as menos favorecidas esteticamente frequentemente tem os seus currículos e seu verdadeiro interesse em trabalhar descartados e trocados por currículos sem muitas experiências e com uma foto do álbum do Orkut anexada". Mais ou menos isso.

Por isso eu protesto nesse meu blog lixo sobre essa babaquice toda. Eu não sei se as empresas sabem, mas as pessoas precisam manter a auto-estima. E parecem que fazem questão de destruí-la com esse tipo de coisa. É sempre assim, vou numa entrevista e vejo umas trocentas meninas loiras esguias, morenas altas, cabelos intensamente lisos e sorrisos perfeitos.

Tanta gente aí precisando de um emprego e os RHs de São Paulo se preocupando se a empresa vai ficar bem na fita com "gostosas trabalhando". Ah, façam-me o favor.

Mas essa pesquisa é bem engraçada.

terça-feira, 12 de junho de 2012

(In)feliz dia dos namorados.

Eu odeio o dia dos namorados. Sério, odeio mesmo.

Não pelo fato de estar mais encalhada que baleia azul na costa brasileira, mas pela cafonice do dia em si. Fora que é como um "primeiro Natal" do ano: aquela gastação abundante de dinheiro com "lembrancinhas" caras e bombons artesanais feitos de chocolate suíço com creme alemão e outras gayzices internacionais da Köpenhagen.

É aquele mimimi repetitivo e maçante de compartilhamentos no Facebook de frases de amor e montagens que parecem que foram feitas no Blingee, declarações visivelmente falsas para seus "@" no Twitter, crianças que acabaram de descobrir o Orkut e que já colocam na frase do perfil declarações de amor vazias de sentido e cheias de emoticons.

Eu lembro que quando era criança eu era louca pra ter um namoradinho no dia dos namorados. Um coleguinha da escola pra chamar de meu, encher de carinho, ganhar flores dele. Passavam-se os anos e eu sempre jurava que no ano seguinte eu finalmente arranjaria um namorado...E nada.

Nessa época eu era louca por um menino. Eu tinha uns 12 anos, tinha acabado de ter minha primeira menstruação e sofria um bullying desgraçado na escola. O garoto se chamava Jefferson, tinha uns 16, 17 anos, pagodeiro (!!!), um cara que eu achava o verdadeiro deus grego de tão lindo. Eu lembro que eu tinha um caderno só de poemas e textos feitos pensando nele. Eu fazia aquelas simpatias idiotas de escola, escrevia o nome dele nos cantinhos do meu caderno. Uma vez até eu peguei um compasso e passei a ponta afiada na pele, pra marcá-la com um "J" no tornozelo. A dor que eu senti não valeu a pena. Não recebi nada em troca. E não tinha como, afinal era um amor não-correspondido. Só sei que deixava de comer e passava noites em claro pensando nele e escrevendo no tal caderno tudo, absolutamente TUDO o que eu sentia por ele.

E no final acabei descobrindo que ele namorava a garota que eu mais odiava na escola e na vida, somado ao terrível dia que eu o vi aos beijos com ela para constatar o fato. Fiquei triste, muito triste, mas não chorei. Não conseguia derramar uma lágrima sequer. Até hoje não entendi o porquê. Mas aquilo foi um baque. Tanto é que depois dele nunca mais me apaixonei por outro cara na vida. Nunca mais mesmo, de verdade. Faz 10 anos que eu não sei o que é sentir borboletas no estômago por causa de um cara. (palmas para mim, mereço um prêmio!)

E pra ser bem honesta eu não tenho interesse em arrumar um namorado, não mais como antes. Antigamente na adolescência eu era louca pra perder minha virgindade logo com o cara perfeito. Mas aí eu vi que caras perfeitos não existem e minha aparência afasta os homens. Acho que por causa dos foras que eu levei, do amor não-correspondido que vivi e dos bolos que eu já tomei acabei me tornando uma pessoa completamente desinteressada no assunto "amor e relacionamentos".

E a programação na TV? Quando você quer esquecer que o Dia dos Namorados existe na internet, você ainda o vê em todos os canais de TV. Programas de culinária ensinando a fazer cupcakes com confeitos de coração, programas de entretenimento indicando os melhores filmes românticos, programas de variedades dando dicas aleatórias para o Dia dos Namorados, programas sobre sexo falando sobre a lingerie ideal para usar e os truques sensacionais para você arrasar na cama com o seu parceiro (a). E claro, as propagandas da Casas Bahia, do Boticário, das lojas de varejo...

É sempre a mesma coisa. Vejo meninas que fazem seus namorados de bobos, mentem pros sujeitos, brigam todos os dias com eles por telefone ou na rua mesmo, fazem do relacionamento o samba do crioulo doido... Mas no dia 12 eles se amam loucamente, como se nada tivesse acontecido, fazem um "amorzinho gostoso" o dia inteiro, trocam juras de amor depois do bombons da Köpenhagen e do celular com Android bem baratinho... No dia seguinte a rotina de mentiras e intrigas começa tudo de novo.

É só mais uma data consumista, não tenho motivo nenhum pra comemorá-la. E mesmo se eu tivesse, eu não teria saco pra aguentar um cara ligando toda hora pra mim pra dizer que me ama da boca pra fora. Eu sempre achei esse negócio de namoro uma instituição onde a única vantagem é ter sexo com frequência, tipo casamento. Mas sempre tem caroço nesse angu todo: amor acaba se tornando um amor exagerado, amor exagerado vira ciúmes, o ciúmes se torna possessão e bem... Vocês já sabem o que vem depois né? Os noticiários mostram todos os dias.

Só o que incomoda mesmo nesse dia é o fato dos casais resolverem amar "de verdade" seus amores hoje mesmo e pronto, amanhã começar aquela putaria toda. É como o dia das mães, o dia dos pais e o dia das crianças: é todo dia.

Eu sei que vai parecer estranho eu dizer isso, mas sei lá, vou falar assim mesmo: caralho, ame a pessoa todos os dias, dedique um tempo à ela, diga que gosta dela com todo o coração e não da boca pra fora interessado nas partes baixas dela. Se valorize antes para que a pessoa te valorize depois, assim ela verá que você é alguém importante na vida dela e vai cuidar de você, vai te amar. Pára com essa merda de achar que a pessoa pertence à você e a mais ninguém, primeiro porque ninguém é de ninguém e segundo que a pessoa não é produto comprado no Mercado Livre, e muito menos um acessório sexual. Dê uns mimos sinceros à pessoa, MAS SEM EXAGEROS, POR FAVOR. Os excessos são os que mais fodem os relacionamentos e que mais emburrecem e embabacam os casais.

Eu poderia falar muitas outras coisas negativas sobre esse dia e sobre como os casais se transformam justamente nesse dia, mas acredito que vocês estejam apaixonados demais pra ler esse texto tão pessimista sobre um dia que vocês acham "o dia mais importante e mais lindo do ano".

E antes de eu terminar, quero fechar esse post com chave de ouro com o status do Facebook da minha amiga Juliana, que assim como eu, também tem uma visão bem realista sobre o dia dos namorados:

"Sobre o dia dos namorados,o que as pessoas veem:
-O AMOR ESTÁ NO AR!
O que eu vejo:
-Lotação nos parques;que praticamente as pessoas o tornam um motel a céu aberto,casais que não tem dinheiro pra irem em motéis vão ao parque,se esfregar insistentemente como se não houvessem outras pessoas que merecessem respeito no local.
-Falta de respeito em locais públicos;vá em um shopping e você verá demonstrações de amor exacerbadas,principalmente dos adolescentes,pois esses não tem respeito pelas crianças que passam,pelos idosos,e nem medo nesses dias eles tem,pois não respeitam nem mesmo os seguranças.
-Na internet;sério,que você ama mesmo seu namorado(a) pois então,uma dica,demonstre só pra ele,o mundo inteiro não precisa saber e lotar a página inicial dos outros com álbuns e mil posts pro seu namorado não te torna apaixonado,e sim um babaca que todo mundo já sabe o seu fim.
-No dia dos namorados;todo mundo se declara,todo mundo se ama,o cara trai a menina,engravida,outra,só faz merda,e no dia dos namorados enche a traída com telemensagens,mensagens no facebook,aparece no trabalho da menina com flores,e pede perdão,diz que errar é humano,e detalhe,ELA PERDOA!sim ela perdoa,porque está carente pelo dia.

Não sou careta,e nem mal amada,entendam como quiser,o que eu quero dizer é que o amor tem que ser demonstrado todos os dias,e não em um dia específico,e o exagero é inimigo do amor,pensem."

 Juliana Sales 

Durmam com essa. Mas bem longe de mim.

Feliz dia dos namorados.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Não, obrigada.

Não, eu não quero saber.

Não quero saber das suas novidades, não quero saber dos seus amores e desamores, não quero saber como foi o seu dia, não quero saber se você foi promovido (a) ou não.

Não tô afim de ver aquele filme do momento, não tô afim de ouvir aquela banda do momento, não tô afim de ir naquele show superincrível que todo mundo diz que vai, não tô afim de comer aquele lanche-sensação-lançamento do fast food.

Não quero ser romântica, não quero ser legal, não quero ser chata, não quero ser bipolar. Não quero usar roupas da moda ou roupas do brechó da moda, não quero usar salto-alto, não quero usar batom vermelho, não quero usar roupa curta, não quero pintar as unhas de esmalte fosco.

Não tô afim de ser vista, não tô afim de ver as pessoas, não tô afim de ter o celular que todo mundo quer, não tô afim de ver ostentação alheia, não tô afim de ver futilidade alheia.

Não quero ver, ouvir e falar nessa cidade.

Não, obrigada.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

[historinha aleatória n°2] Aquele motel de quinta.

Disse para a amiga parar o carro em frente ao bar que havia na beira daquela estrada. Ela a princípio discordou, desconfiou quando viu a fachada nada amigável do local, mas a insistência da outra venceu todas as suas opiniões severas sobre aquele bar. Estacionou o carro de qualquer jeito e saíram caminhando em direção à porta de madeira, que estava escancarada e desgastada pelo tempo e pelas marcas que ela julgava serem marcas de tiros. Um arrepio lhe correu pela espinha.

Mal entraram no tal bar e sentiram muitos olhares pesando sobre elas. Olhares masculinos em sua maioria. Alguns amigáveis, outros perversos e outros tantos pervertidos. Só umas duas mulheres, igualmente rechonchudas e estampando desprezo no olhar, estavam sentadas em uma das mesas.

Entraram rapidamente sem olharem para os lados. Passou a xingar a amiga de vários palavrões inimagináveis silenciosamente enquanto seus passos se apressavam diretamente para o balcão, seguidas por cantadas e assobios de homens bêbados.

"Podia ter escolhido outro bar mais decente", disse Carol, ligeiramente irritada com os galanteios alcoolizados dos machos do lugar.

"Só uma garrafa de cerveja e damos o fora daqui. Eu preciso molhar o bico, estou sem beber há dias", retrucou Sylvia, quebrando sua promessa de fim de ano, de que nunca mais beberia no ano seguinte.

Sylvia fez o pedido, enquanto Carol esperava junto, com o rosto escondido pelos cabelos longos, na intenção de não olhar para ninguém dali. E não ser notada mais. Enfim, não adiantou.

Um rapaz igualmente bêbado se aproximou das moças no balcão. Um cara desengonçado e falando mole por causa do álcool, mas ambas não deixaram de notar o quanto ele era... Atraente. Apesar de bêbado.

"Bonitinho, não é"? Sylvia brincou, rindo muito, apoiando o rosto em uma das mãos.

"Bonitinho, mas cheira a álcool" a outra responde, rezando para que o rapaz logo saísse de perto dela.

"Hmmmm raramente vejo moças tão... Tão bonitas... Nessa merda de lugar..." o homem disse, encostando o braço no balcão, muito próximo de Carol, que começava a se irritar novamente.

"E eu espero realmente nunca mais voltar aqui" Carol soltou, esperando que o moço se tocase de que a sua presença não era agradável por ali. Bom, pelo menos para Carol.

"Não ligue para ela amigo... Ela não está acostumada a se aventurar por aí comigo" a amiga Sylvia, desinibida que era, ficou entre Carol e o homem, querendo algum tipo de conversa.

A amiga tentou dizer algo, mas a outra ignorou. Era o preço que estava pagando por aceitar viajar por aí com uma amiga como Sylvia. Aceitou, agora teria que aguentar as consequências.

Mas longos minutos depois Carol estava rindo daquilo tudo, do moço bêbado, de Sylvia, das mulheres gordas, de todo aquele ambiente pífio. O homem ofereceu-se a pagar todo o tipo de bebida que elas quisessem e Carol tomou algumas doses - quer dizer, fingiu tomar, mais uma vez por conta da insistência da amiga que já apresentava os primeiros sintomas de fingida embriaguez.

Depois de algumas risadas e algumas coisas sussurradas nos ouvidos das moças, o moço sugeriu que saíssem daquele lugar e fossem para outro, mais "divertido". Sylvia já desabotoava o casaco jeans e deixava a mostra a blusa decotada que valorizava os seios volumosos e atraiam mais olhares.

Havia um motel próximo ao bar, por isso não sentiram necessidade de irem até lá de carro, até porque não tinham condições de dirigir. Nem se preocuparam com o carro à mercê dos bandidos que estariam disfarçados dentro daquele bar grosseiro.O moço apoiava os braços fortes nos ombros das moças, enquanto elas enlaçavam seus braços na cintura dele, andando desajeitadamente em direção ao motel. Um motel igualmente pífio como o bar quase ao lado. Os cantos das paredes mofadas e o balcão desgastado da recepção logo denunciavam que aquele motel de quinta não era nada legal. Sylvia adorou. Ela tinha um fetiche maluco com lugares de péssima qualidade.

Mal entraram no quarto e o rapaz sentiu ser jogado na cama. Sylvia já começava fazer uma espécie de dança sensual para ele, quando uma Carol desconfiada tocou em seu ombro.

"Espera aí... O que vamos fazer com ele?" 

"Ora, o que acha que vamos fazer com ele?" Sylvia devolveu a pergunta com outra, um sorriso perverso desenhando-se em seus lábios finos. Foi andando em direção ao homem na cama. "Hey querido, tire essa sua roupa aí, nós TRÊS vamos brincar um pouco..."

Carol se assustou. Sexo à três? Ela nunca fizera sexo à três na vida, ainda mais com uma amiga envolvida. Ouviu um "Venha! Prometo que vai ser divertido... Além do mais, dane-se as regras, dane-se a religião, dane-se tudo, estamos sozinhas, somos adultas e vacinadas!" quando percebeu que Sylvia vira seu olhar de espanto com a sugestão. O moço estava lá, com as mãos no traseiro da amiga, beijando-a com volúpia, com ela devidamente sentada em seu colo, ajudando-o a tirar suas roupas.

Dane-se. Dane-se tudo mesmo.

E logo já estava no meio daquela brincadeira pervertida. Num determinado momento, Sylvia pediu para que a amiga vendasse os olhos do cara, já seminu. Carol atendeu o pedido, pegando seu próprio lenço do pescoço e cobrindo os olhos do homem. Ele soltou um grunhido de surpresa, mas estava tão bêbado que não estava com condições de questionar os atos das garotas. Nem o porquê delas estarem prendendo suas mãos na cabeceira da cama velha com as mangas longas de sua camisa. Carol esperou mais algum ato depravado da amiga, mas viu que ela saiu da cama e estava com as calças do rapaz nas mãos num canto do quarto.

Sylvia pediu para que o moço esperasse mais um pouco, que logo logo teria uma ótima surpresa e chamou a amiga com um aceno. Carol se aproximou e viu que Sylvia estava com a carteira do homem na mão.

"Isso dá pra pagar a gasolina e algumas coisas mais!" Sylvia sussurrou para Carol, segurando a gargalhada.

"Mas... Nós não... Não iríamos..."

"Eu odeio bafo de cachaça nessas horas... E ele está tão bêbado que nem conseguiria enfiar direito esse pinto em nós" debochou a outra, ainda segurando o riso e contando o dinheiro na carteira. "E eu jamais te enfiaria numa cilada dessas né...". 

Carol sorriu. Sylvia deu uma desculpa qualquer para o pobre homem, enquanto ambas arrumavam suas roupas e saíam do quarto de fininho, com a carteira do homem debaixo da blusa de Sylvia e sorrisos estampados nos rostos.

Motéis de quinta eram realmente divertidos.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Fandoms. WHY?!

Hoje não vou falar sobre mim, até porque novamente eu não tenho nada de interessante para contar. Minha vida continua o mesmo marasmo de sempre, com a diferença de que ainda faço alguma coisa (de inútil, claro) surfando pela internet...

E nessas surfadas de internet eu infelizmente vejo coisas que me dão uma certa vontade de vomitar, de socar a cara, de matar. Principalmente, no Tumblr. Eu adoro o Tumblr, costumo usá-lo sempre e etc, mas tem coisas que eu vejo lá que crescem a minha vontade de ir lá no botão "Preferences" e apertar o "Delete your account".

Acho que pior que os mimimis de gente romântica metida a hipster, são os blogs fandom. Esses daí não tem pra ninguém!

Mas o que é "fandom"? Fandom, meu querido leitor, é um espaço (blog, comunidade no Orkut -rs- ou fórum) onde se reúnem pessoas com a mesma admiração por um personagem de filme, por uma banda, por um anime ou mangá, por um ator e etc. Eu acredito que a intenção inicial era apenas encontrar pessoas com os mesmos interesses, bater um papo, fazer novos amigos. Coisa inocente, sabe... Mas de uns anos pra cá, depois que surgiram Tumblr e Livejournal a coisa desandou de uma forma escrota. Escrota pra caralho, pra dizer o mínimo.

Os fandoms de Tumblr e Livejournal na verdade são um bando de fangirls de 12 anos que já se acham em idade suficiente para falar de sexo. Sim, sexo. Elas não ligam para o trabalho do artista em questão.Elas gostam mesmo é de retratar como gostariam de serem comidas por eles.

Acho que os piores fandoms que existem são aqueles fandoms de K-Pop na qual elas só sabem falar de SHINee e Super Junior (porque parece que só existem esses dois grupos para elas), e os fandoms de Twilight, onde elas só sabem falar o quanto o Edward Cullen é lindo de morrer e que é o melhor vampiro já criado na história do universo. Porque um vampiro que brilha na luz é algo que elas acham "muito perfeito, oun! *--------*".

E ultimamente ando me deparando com um grupinho que eu achava que nem existia: as fangirls de bandas antigas. Sim, bandas antigas! Aquelas do tempo da sua vó, do refrigerante Crush e das meias Vivarina! Eu achava que isso não era possível, existir garotas que "admirassem" bandas mais antigas... Até conhecer o Tumblr e o Livejournal! (não, o Livejournal eu nem conheço tanto, até porque eu nem me atrevo a criar uma conta por lá)

Não se trata de uma simples admiração... É um amor doentio mesmo, daqueles de te dar um certo receio em comentar uma imagem que elas postam, porque com certeza elas não vão gostar. Aliás, elas tem essa coisa ridícula de não admitirem que você goste das mesmas bandas que elas, olhem só. Ou melhor, do mesmo integrante da banda que elas amam de paixão. Isso vale pros fandoms de K-Pop e J-Rock também. Aliás, vale para QUALQUER FANDOM DE QUALQUER BANDA QUE EXISTA NO MUNDO. O Tumblr está infestado dessas garotas. Não me dá mais vontade de reblogar nada das bandas que eu gosto, porque as imagens sempre tem aquela alteração no photoshop ou uma frase do tipo "FUCKING GORGEOUS GUY" ou "SEX SEX SEX SEX SEX SEX". Eu aposto que essas meninas sofrem um bullying desgraçado na escola, nunca beijaram na boca e não possuem auto-estima nenhuma. E a pior coisa que elas fazem é escancarar esse platonismo doentio em todos os blogs do mundo, em todos os fóruns do mundo e em todas as fotos reblogadas de todos os Tumblrs do mundo. Honestamente? Acho isso extremamente desnecessário. Porque ao invés de criarem novos vínculos, elas afastam ainda mais a galera realmente inteligente e que tá interessada em fazer amizades. Fica feio para elas. Daí acabam assim, com fama de taradas sem cérebro.

O conceito de "ser fã" hoje em dia mudou. Mudou para pior, claro. Ah, se os artistas que elas tanto amam tivessem a oportunidade de verem as coisas que elas escrevem por aí... Provavelmente eles ficariam bem chocados. Imaginem se eles lessem as fanfics que os fãs criam?! Olha, eu acho uma delícia brincar com a imaginação e etc, mas acho mais apropriado que guarde para si próprio. A utopia que gira em torno das fanfics atuais é algo que está além da minha compreensão. Eu já escrevi fanfics sim, eu assumo. Mas eram fanfics inocentes (?), com personagens criados por mim e um ou outro tirado de algum anime que eu assisti, sempre respeitando a personalidade do personagem em questão. E se eu fiz alguma fanfic mais safada foi para alguma amiga que pediu, ou junto de uma amiga mais pervertida do que eu. Mas na minha época as fanfics tinham um sentido muito maior, era muito mais gostoso de ler (ah, bons tempos de Leona e Vane Nascimento...). Hoje não, tá tudo muito bagunçado, tudo exageradamente utópico, tudo muito... Fangirl!

Eu odeio qualquer tipo de exagero. Não é mais fácil ser moderado? Essa galerinha é muito oito ou oitenta, gostam dos extremos... Tá na hora dessa galera crescer um pouco mais. Aposto que os artistas não suportam esse tipo de fã exagerado. Imagine se os fas descobrissem que nem os artistas que eles tanto amam não suportam eles? Ui, seria o fim do mundo, o cataclismo, o apocalipse!

Esse exagero todo não é nada saudável. E parece que não passa nunca! Conheço gente que já foi assim, viu que não valia a pena deixar de curtir o mundo real para se enfiar numa fantasia e resolveu se conscientizar. Umas sessõezinhas no psicólogo e záz! Acham tudo isso um exagero porque passaram por isso. Eu sou uma delas.

Sim, eu já fui otaku, lá com meus 13, 14 anos de idade (e aposto que você também foi, nem que seja um pouquinho, e nem que você tenha vergonha de assumir!). Sim, eu já tive um amor platônico. Sim caralho, eu já vivi de sonhos. Hoje eu continuo gostando de animes e mangá, mas não com o exagero de antes. Com o tempo eu vi que tudo isso é apenas curtição, não me levaria a nada mais concreto, não mudaria em porra nenhuma a minha vida. E por quê eu descasquei tudo o que eu já vivi? Acabei de responder, porque justamente eu VIVI isso. Hoje eu dou risada dessa partezinha do meu passado, falo com deboche dos meus tempos de otaku. Quando você passa por coisas assim você fala com propriedade e com gosto. Não é mais aquele tal de "sujo falando do mal lavado". Você finalmente cresce. Foi isso que aconteceu, eu cresci... (...agora sou mulher... Tenho que encarar com muita fé... Seria o bast... ♪ *apanha* )

E sinceramente eu espero que esse povo cresça. Curtam seus ídolos, mas sem fangirlismo, sério. Me dá nos nervos ver gente comprando briga por causa das "divergências de opiniões". Eles não aceitam o ponto de vista das outras pessoas e isso é muito maçante. Faltam ameaçar de morte até. E ninguém tem ideia do quanto isso pode fazer mal algum dia, mais cedo ou mais tarde. Essa idolatria do caralho irrita não só aos estranhos, mas ao povo próximo desse povo também. Eu fico imaginando o os amigos dessas garotas donas de blogs fandom, desses fanboys, dessas fangirls (uai, mas dona de blog fandom é fangirl, sua burra!). Infelizmente essa galerinha não percebe o incômodo do outro. Parece que fazem questão de esfregar na cara do amigo a banda ou a cantora que ele quer que o outro goste...

Ah! E uma outra coisa... PAREM DE ACHAR QUE SÃO SUPERIORES ÀS OUTRAS PESSOAS PORQUE CURTEM TAL BANDA OU TAL ANIME OU TAL ARTISTA! Caralho, você não é melhor do que ninguém, ninguém é melhor do que ninguém! Essa "superioridade" é uma arrogância sem limites, e de arrogância e prepotência o mundo já está insuportavelmente cheio.

Eu poderia citar vários nomes aqui... Poderia colar vários links de pessoas desse tipo, mas eu prefiro deixar que vocês descubram por si próprios. Provavelmente quem já me conhece ou me segue lá na @groupiedepre ou no meu Twitter pessoal vai sacar os vários fulanos de que estou falando na miúda. Dessa vez eu vou ficar bem quietinha aqui.

E se você de alguma forma se ofendeu com tudo isso aí... Meus pêsames se a carapuça lhe serviu. :)
Não era a minha intenção. Ou era?

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(me inspirei nesse belo post para vomitar minha opinião sobre isso nesse meu blog lixo)