quinta-feira, 5 de abril de 2012

Baldes de água fria.

Acordei ontem com umas sensações completamente confusas. Estou bem (aleluia!), mas ao mesmo tempo sinto uma angústia muito grande dentro de mim (ahhh...!). É simplesmente estranho presenciar um momento gostoso da vida e logo em seguida vir um balde de água fria na sua cabeça, te acordando pros problemas. Muitos problemas, aliás. Inclusive minha rinite, que acho que está voltando com tudo.

Anteontem eu fui no The Wall Live, do Roger Waters. E cara... Eu não sei o que dizer sobre o show. Quem estava lá sabe do que eu tô falando.





Até agora foi o show mais impressionante que eu já vi. Acho difícil aguém superar tamanha produção. Devo admitir que o "The Wall" não é um álbum que eu considero incrivelmente foda, mas devo admitir também que esse show me fez mudar um pouco de opinião sobre ele. E me desculpe pela qualidade do vídeo. Minha Kodak já tá pedindo arrego. E eu estava na arquibancada poxa vida...

Pois bem. Depois do momento gostoso, lá vem o balde de água fria. A começar na volta pra casa.

O show terminou lá pelas 23:20h mais ou menos se eu não me engano. E como todo mundo sabe, os metrôs fecham à meia-noite em dia útil (SHOW EM DIA DE TERÇA, DIA ÚTIL, PORRA ROGER!), e os ônibus, dependendo da linha, funcionam até a meia-noite também. Estávamos eu e uns amigos indo pra Av.Francisco Morato, já que os arredores do Morumbi ficam interditados pra saída da galera. Fomos pro ponto de ônibus, mas demorava muito pra chegar alguém ônibus que servisse pra mim. E eu não queria perder tempo. Então tivemos a brilhante ideia de irmos até o Terminal Campo Limpo para que eu pudesse pegar algum ônibus mais fácil e mais rápido pra ir pra casa. Nisso já passava da meia-noite. E eu ficando cada vez mais procupada, porque minha mãe havia me pedido pra não voltar tarde pra casa. E eu sentia que ela estava muito brava comigo. Que quando eu chegasse em casa ela estragaria minha alegria.

Chegamos lá, e nada. Os ônibus que eu precisava não estavam mais operando. O desespero bateu. Me falaram pra eu ir pro Terminal Santo Amaro, que lá os ônibus funionam até mais tarde e blá blá blá.

Me fodi.

Cheguei lá e o ônibus que era perfeito pra voltar pra casa também havia encerrado as viagens. PUTA QUE ME PARIU. Eu estava mais fodida do que nunca. Tive que voltar pra casa de táxi, pegando dinheiro emprestado do amigo que foi comigo. Por causa do táxi, cheguei lá pra 1 e pouca da manhã.

E claro, minha mãe começou o sermão dela, como sempre faz. E dessa vez foi bem pior. Mas preciso contar o começo senão vocês não vão entender.

Na segunda-feira eu tinha pedido uma grana pra arrumar o cabelo e pra colocar créditos no bilhete único. E mais tarde eu teria uma entrevista pra fazer. Essa entrevista seria às 13:30h da tarde, então daria tempo pra ir ao show depois. E ainda fui pra entrevista, vejam bem. Ainda bem que a moça do RH lá pediu que eu fosse de preto, sem necessidade de usar trajes sociais. Eu já havia dito pra minha mãe que iria ao show, mas disse ainda na época quando o show estava marcado pro dia 31de março, havia esquecido de avisá-la sobre a mudança da data (burra pra caralho eu sou, eu sei). E um mês ela atrás me proibiu de ir pra shows, porque segundo ela "esses shows de rock só vão infestar ainda mais a minha cabeça perturbada, que eu tenho que ficar longe de roqueiros (gangue, como ela chama) e etc e etc". Uma ladainha do caralho, sem sentido nenhum pra mim.

E na hora o que ela pensou quando eu cheguei: 1) Peguei o dinheiro dela pra ir ao show e não pra arrumar o cabelo; 2) Eu fui pro show, desobedeci uma ordem dela; 3) Que eu não fui pra entrevista coisa nenhuma, preferi ficar no meio de "uma gangue de roqueiros" do que se preocupar com uma coisa realmente importante. Em seguida vieram as ofensas: disse que eu dou muito desgosto pra ela, que trocaram a verdadeira filha dela por mim na maternidade, que agora me desconsidera como filha. E não fala mais comigo. Ontem mesmo ela chegou do trabalho e nem olhou pra minha cara, sequer dirigiu a palavra à mim.

Como me sinto?

A alegria de ter visto um show incrível desapareceu. Vieram as lágrimas, a sensação de que eu era mais inútil do que eu pensava. Um verdadeiro lixo. E ela é extremamente rancorosa, então provavelmente ela vai ficar nessa putaria de fica brigada comigo até sei lá quando. Quem sabe pra sempre, como ela fez com um tio meu. E essa sensação horrível ainda não passou. Ainda esboço sorrisos fracos quando lembro do show, de ter visto a felicidade dos meus amigos, a emoção das minha amigas. Mas o clima pesado da minha casa elimina essas boas sensações como inseticida.

O show não sai da minha cabeça. E as palavras da minha mãe também.

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