terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Cristais.

Eu disse que esse ano eu não choraria mais. Mais uma vez me vejo quebrando uma promessa.

Acho que a pior coisa do mundo é se sentir um cristal. Cristais são bonitos, atraentes, brilhantes como estrelas no céu. Muita gente gosta de cristais, por terem uma beleza única, pra enfeitarem suas casas e trazerem bons fluidos. Mas mal sabem que alguns não suportam uma mínima queda. Até os mais resistentes conseguem rachaduras irreparáveis com apenas UMA queda. Não digo que são todos. A maioria dos cristais resistem à grandes quedas. A maioria dos cristais são bonitos. Mas sempre há aqueles cheios de rachaduras e pedaços faltando. Aposto que você já quebrou algum cristal muito bonito. E como se sentiu?

Normalmente as pessoas não sentem nada. Apenas juntam os pedaços e jogam fora. Igualzinho como fazem com os sentimentos.

Eu sou exatamente assim. Me sinto um pequeno cristalzinho frágil. Já me derrubaram tantas vezes, já me causaram tantos danos... E já juntei inúmeras vezes os meus pedaços perdidos por aí. Colei cada caquinho. E cada vez que me vejo consertada, alguém sempre me deixa cair no chão. E antes que alguém junte meus caquinhos e me jogue fora de uma vez, eu mesma me esforço e junto os pedaços que a cada dia se tornam cada vez menores, porque obviamente ninguém conserta cristais.

Ao contrário dos cristais verdadeiros, eu sou como uma peça feita de vidro. E o vidro, ao contrário de um cristal, não possui valor algum. Cristais não te machucam quando quebram, ao contrário do vidro, que pode te fazer um corte profundo. Eu me descubro a cada dia que sou mais um cristal feito de vidro do que uma pedra verdadeira e com algum valor.

Os cristais de vidro (como eu) não possuem a beleza e o valor de uma pedra preciosa. Há muitas pedras preciosas por aí, ao meu redor principalmente. Safiras, rubis, esmeraldas, lápis-lázulis... Até diamantes. Ah, como eu queria ser um diamante. Ter a beleza e a resistência de um. Mas sou apenas uma... Uma pedrinha mal feita de vidro.

Enquanto as pedras preciosas continuam sendo cobiçadas, eu continuo caindo, caindo, caindo... Incontáveis vezes, até o dia em que eu mesma descobrir que não terei mais conserto, quando meus pedaços estiverem tão menores quanto uma cabeça de alfinete. Para as outras pessoas, eu não tenho mais conserto. Mas continuo manifestando o meu desgastado esforço. Antes que me joguem fora pra sempre.

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