Olá. Tudo bem com você?
Provavelmente você me responderia que sim, que está tudo bem. E em seguida, você soltaria a pergunta que eu mais odeio responder: "E com você, tá tudo bem?".
Adoraria mesmo responder que sim.
Sexta-feira passada mamãe voltou a falar comigo. Ou melhor, berrar comigo (Não falei? Eu sabia que ela voltaria a falar comigo da forma mais estúpida do mundo, eu sabia...). O "moio" foi o seguinte:
Algum amigo do meu pai (algum filho da puta que eu realmente gostaria muito de matar se fosse possível e se eu tivesse coragem suficiente para tal tarefa) me viu passando na rua fumando. Meus pais não sabiam. Chego a pensar que foi uma completamente criancice esconder isso dos meus pais. Mas é porque eles são completamente contra os cigarros, porque faz mal, pode me levar para o caminho das drogas e etc... Voltei a fumar porque meu estresse intenso vai e volta como ioiô e não encontrei nada melhor (ou pior) para relaxar do que um maço de Marlboro. Eu já fumava antes, mas parei por uns tempos. Eu fumava por curtição. Hoje fumo para ver se consigo tirar a angústia dentro de mim junto com a fumaça. E também porque gosto. Falar com pessoas nem adianta muito. O cigarro relaxa um pouco sim. Tá bom, tá bom... Eu sei que faz mal! Não gostaria que fizessem o mesmo, mas eu costumo colocar a minha própria conta em risco, então... Eu liguei o foda-se. O que é uma merda pra quem tá cagado afinal, né.
Enfim... O cara perguntou pro meu pai se eu fumava. Meu pai em choque disse que não, não que ele soubesse. Só sei que depois meu pai contou pra minha mãe, e ela veio soltando os cachorros pra cima de mim. E DE NOVO (puta que pariu, mas DE NOVO... !) nós brigamos. Disse toneladas de grosserias e maluquices. Não cheguei a surtar como da outra vez, mas chorei bastante. Não pela bronca em si, mas... Mas que caralho, brigamos de novo, estou cansada dessa merda!
No dia seguinte fui ao cemitério visitar o túmulo da Mitsu, já que era o aniversário dela. Psicologicamente eu ainda estava frágil depois da noite anterior, mas mesmo assim fui. Minha amiga Ellen estava comigo, e acho que pela primeira vez na vida dela ela me viu chorando feito criança. E estávamos num ônibus. Eu infelizmente não consegui segurar as lágrimas. E enquanto eu explicava pra ela o status que deixei no Facebook, eu sentia apertos estranhos no peito, como se cada palavra que eu repetia que minha mãe havia me dito furasse profundamente o meu coração.
Aliás, hoje mesmo fui à um centro de psicologia lá no Ipiranga, me submeter à umas sessões. Já que o SUS gosta de me enrolar e me ver na merda, então achei esse. Eles fazem atendimentos gratuitos. É de curta duração, até o SUS parar de fazer cu doce e resolver me ajudar. Foi apenas minha primeira consulta, a triagem. Aquela falação toda, quando tudo começou. Veremos no que isso vai dar dessa vez.
Me despedi da minha amiga lá no Gethsêmani pedindo muita força pra mim e uma luz na cabeça da minha mãe.
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